Review – Utopia – A expansão que o Stellaris precisava?

Review dos Leitores1 Vote
90
Mais Imersão e Realismo
Novas Funcionalidades
Late-Game Mais Interessante
Grande Quantidade de Conteúdo Gratuito
Diplomacia Continua com Defeitos
90
A melhor expansão da Paradox Interactive

No próximo mês faz 1 ano do lançamento do Stellaris, a primeira incursão em jogos de estratégia espacial da Paradox Interactive. O jogo saiu em excelente estado, o que foi comprovado pela nossa análise, mas algo que referimos que precisava de melhorias era o facto de o jogo em late game ser bastante repetitivo, o que fazia com que facilmente parássemos de jogar. Para tentar resolver isso foi lançado Utopia.

Será que tornar Stellaris perfeito será a verdadeira Utopia desta expansão?

Esta prometia ser uma expansão com um grande impacto em Stellaris. A realidade é que Utopia torna o jogo original muito mais interessante e com algumas opções que vos irão dar mais liberdade. Vamos analisar algumas das novas funcionalidades e qual o seu impacto num jogo que já era bastante bom.

Éticas, Governos e Pontos Cívicos

Para quem achava que havia poucas opções para criar a nossa raça, ganhou mais 3 possíveis éticas (sendo que duas delas têm a opção de normal e fanático, portanto tecnicamente são mais 5). Duas delas funcionam de forma igual às que já existiam, mas com bónus diferentes, mas a terceira é de longe a mais interessante e a que altera mais um possível jogo. Esta ética chama-se Hive Mind ou Mentalidade de Colmeia.

A nova Ética dá-vos uma nova forma de jogar este jogo. É completamente diferente do que estamos habituados em Stellaris

A Hive Mind custa 3 pontos, ou seja, só a podem escolher a ela. Tem vantagens que podem parecer quase absurdas, como o facto de os nossos cidadãos não serem afectados por felicidade mas, no entanto, impede que qualquer povo que não tenha esta mentalidade possa ser governado por vocês. O que isto significa é que se conquistarem alguém sem Hive Mind, ou lhe alteram os genes para lhe colocar essa mentalidade, ou eles morrerão.

Obviamente, os governos tradicionais do jogo não funcionam para esta nova ética e teve de se criar um novo para a aceitar. O seu líder não morre, a IA é proibida e a população não pode gerar facções. O facto de não poderem criar facções é um enorme bónus. Mais a frente explicarei o funcionamento desta nova funcionalidade e verão o quão poderoso é não ter de se preocupar com isso.

stellaris-utopia-eticas

O facto de existirem mais opções em geral é sempre uma boa notícia. O jogo, no seu todo, parece ter ainda mais jogabilidade do que que prometia de início. Isto acontece porque podemos ter mais ou menos planetas iniciais sem sector e já não precisamos de pesquisar a Colony Ship, o que faz todo o sentido, isto só para referir algumas mudanças. Nota positiva neste tópico.

Unidade e Tradições

Esta é uma das maiores mudanças na jogabilidade de Stellaris e representa toda uma nova forma de jogar e de pensar. Em primeiro lugar existe mais um “recurso”, na falta de melhor palavra: a Unidade. Este recurso ganha-se naturalmente com as colónias e também através de algumas construções em específico. Ao contrário dos outros recursos, que é bastante óbvio a forma como se devem tentar maximizar, este depende da vossa forma de jogar.

Existe um novo “recurso”: a Unidade, que tem grandes implicações em cada jogo

Isto acontece porque através da Unidade desbloqueiam as Tradições, que são grandes bónus para a vossa raça. Existem algumas deles com um efeito devastador, como a possibilidade de poderem comprar Colony Ships com Energia, começar com mais população nas novas colónias, só para referir dois pequenos exemplos do que vão encontrar nas 7 árvores disponíveis:

  • Expansão,
  • Dominação,
  • Prosperidade,
  • Harmonia,
  • Supremacia,
  • Pureza,
  • Exploração.

Cada uma destas árvores tem 5 escolhas no seu interior que, quando finalizada vos deixa escolher 1 Ascencion Perk e vos dá mais um bónus da árvore escolhida. Estas são ainda mais poderosas que as Tradições e que, por exemplo, vos deixa ter mais 5 planetas principais sem sector ou que reduz a 100% o custo para remover os tão irritantes tile blockers, o que funciona para quase todos os que existem.

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Estas novas funcionalidades trazem muitas hipóteses que antes não existiam. Basicamente, sem esta expansão, ou se focavam em minerais ou em tecnologia. Com Utopia, a possibilidade de se focar em Unidade é uma realidade possível e uma estratégia completamente viável.

Direitos das Espécies e Escravatura

Algo que vem dar uma incrível profundidade a Stellaris foi a forma como lidamos com a nossa espécie e com todas as que habitam dentro das nossas fronteiras. Cada uma das espécies pode ter um de cinco direitos como população:

  • Cidadania Total,
  • Sistema de Castas,
  • Cidadania Limitada,
  • Escravatura,
  • Indesejáveis.

Dependendo dos vossos desejos para com uma espécie, podem dar ou tirar-lhes direitos. Não vou aprofundar muito este tópico em específico mas, por exemplo, na cidadania total, a espécie em causa está integrada totalmente no vosso império, ou seja, não podem ser controlados de qualquer forma. Um outro exemplo é o do sistema de castas, onde parte da população é direccionada para a escravatura enquanto outra parte usufrui dos direitos de cidadania total.

Em Utopia podemos dar e tirar todo o tipo de direitos a cada espécie dentro do nosso império

Desta forma podem escolher logo à partida que aquela espécie que não gostam nada pode ser obrigada a viver e a trabalhar em escravatura sem qualquer tipo de direitos, enquanto a vossa espécie vive dos frutos deste trabalho. O que antes era um trabalho algo monótono, agora pode ser feito simplesmente ao dar ou tirar direitos a uma população.

A grande alteração desta funcionalidade é o facto de podermos definir tudo em relação a uma espécie, em vez de fazer todos viverem segundo as mesmas leis. Podemos impedir alguns de mudarem de planeta, impedir de se tornarem líderes ou de frequentar o vosso exército, entre algumas outras opções. Esta pode ser uma alteração pequena, mas a longo prazo dá uma excelente imersão ao jogo.

stellaris-utopia-direitos

Mesmo dentro da escravatura e das purgas existem alterações. Um escravo já não é apenas um escravo. Podemos criar servos melhores a produzir minerais e comida, podemos fazer escravos domésticos e melhorar a felicidade de todos no planeta (menos deles claro, sendo que produzem menos até que uma pessoa livre), e até manter escravos como comida. Exacto, podem manter escravos para alimentar a vossa população.

Um escravo é muito mais do que um trabalhador forçado. As oportunidades são várias.

Finalmente, e só para finalizar este tema, o facto de a vossa população viver melhor, faz com que usem mais bens de consumo. Estes bens de consumo vão reduzir a vossa produção de recursos. Isto vem cancelar um pouco o que acontecia antes e que fazia que na fase mais adiantada dos jogos, a vossa produção fosse extraordinariamente alta. Agora, se quiserem a população feliz, precisam de gastar recursos para tal.

Mega-Estruturas

Esta é, na minha opinião, a melhor funcionalidade de Utopia, por várias razões. Em primeiro lugar, porque vos permite terem novas estratégias. Se não querem conquistar agressivamente os vossos inimigos e simplesmente quiserem sossego no vosso canto, este é o caminho a seguir. Quando se acabam os planetas habitáveis, ou se expandem ou acabam por morrer. Com Utopia, o vosso canto pode ser incrivelmente poderoso.

Em Utopia, até o canto mais pequeno da galáxia pode ser incrivelmente poderoso

Um dos melhores exemplo iniciais é o Habitat. Este é basicamente uma estação habitável em volta de um planeta com um total de 12 espaços onde podem construir. Ou seja, acabaram de ganhar um planeta de 12 espaços com 100% de habitabilidade. Se quiserem ir ainda mais longe, o que querem é um Ring World. E é aqui que começa a ser realmente uma Mega-Estrutura.

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Os Ring Worlds são uma enorme construção em volta de uma estrela com um total de 100 espaços livres para construir. Isto pode parecer mentira mas sim, 100 espaços livres 100% habitáveis! Obviamente esta é uma obra incrivelmente cara, mas os benefícios podem-se ver a milhas. A última que queria referir é a Esfera de Dyson, uma esfera que recebe toda a energia de uma estrela, ou seja 400 de energia.

É óbvio o impacto destas estruturas e facilmente podem ver que a expansão continua muito depois dos planetas habitáveis acabarem. A grande mudança é que vos permite ser pela primeira vez diplomatas e tentar manter o vosso espaço pequeno mas não menos imponente. Esta funcionalidade mantém o jogo vivo até nas fases finais. Existe sempre algo para fazer se quiserem, basta querer.

Facções e Instabilidade

Antes de mais é preciso notar que o sistema anterior das facções foi completamente alterado. O novo sistema é relacionado directamente com as Éticas da vossa população e a sua vontade de as alterar. Desta forma podem alterar as vossas populações através da atractividade das facções. Por exemplo, se quiserem tornar-se um pouco mais militaristas, podem aceitar uma facção de forma a mudar a vossa forma de pensar.

stellaris-utopia-facçoes

Estes podem ser, no entanto, extremamente negativos, e algumas delas difíceis de contentar. Algumas terão ideias exactamente opostas às que terão em vigor e até opostas às de outras facções. Vai-se tornar então incrivelmente complicado manter toda a gente contente. A grande vantagem de manter uma facção feliz é o facto de esta vos dar influência, recurso muito difícil de ganhar.

As facções vêm permitir alterar éticas. A instabilidade substitui as revoltas das facções.

A instabilidade vem tomar o lugar das revoltas das facções. Existem muitos factores que condicionam o facto de as vossas populações estarem satisfeitas ou perto de uma revolução. Estes grupos podem ser complicados de gerir mas é, no entanto, possível. A presença de militares melhora em muito a estabilidade de um planeta. Como já existia antes, se não melhorarmos a estabilidade, então pode mesmo haver uma revolução armada.

Conclusões de Stellaris: Utopia

Esta é, na minha opinião, uma das melhores expansões lançadas pela Paradox Interactive. Tornam um jogo que já era bom antes, em algo muito mais completo e imersivo. As novas funcionalidades são todas extremamente bem pensadas e bem implementadas. Algo que gostaria de referir era o facto de, mesmo para quem não comprou esta expansão, terá algumas funcionalidades novas, o que é sempre uma atitude de louvar.

Mesmo para quem não comprar a expansão terá funcionalidades gratuitas. Uma atitude louvável.

Stellaris pode não ser um jogo para todos, mas com Utopia continua a seguir o rumo que esta produtora tem com basicamente todos os seus jogos: realismo e imersão. No entanto, não são todas excelentes notícias. Apesar de a IA ter sofrido grandes melhorias no seu comportamento, continua com alguns problemas, principalmente no que toca à diplomacia.

Algo que já sentia desde que o primeiro jogo saiu, é que o facto de estarem perto de uma qualquer espécie quase que impede uma boa relação, o que me parece não fazer sentido. O que posso dizer é que Utopia é a expansão que vão querer se gostam de Stellaris. A vossa forma de jogar vai mudar, mas principalmente o que vai mudar é a vossa relação com este jogo. Parece que a incursão na estratégia espacial está a correr bem para a Paradox Interactive.

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