Samsung Note não traz boas recordações, seja aos consumidores seja aos patrões da companhia, mas a verdade é que a companhia trabalhou muito para ultrapassar o que aconteceu com o Note7 em 2016 e conseguiu manter a linha trazendo o Note8.
A gama do Samsung Galaxy Note8 é quase um nicho no mercado, pois hoje em dia são poucas as vezes que vemos alguém com um phablet e muito menos com uma caneta para interagir com o smartphone.
Numa gama alta que procura surpreender os consumidores, principalmente com inteligência artificial, o Note8 consegue marcar a sua posição, enfrentando não só a concorrência como a memória deixada pelo seu antecessor.
Ecrã | 6,3″ Super AMOLED |
Resolução | 1440 x 2960 (max) |
Dimensões | 162.5 x 74.8 x 8.6 mm |
Peso | 195 g |
Sistema | Android 7.1.1 |
Chipset | Exynos 8895 Octa |
CPU | Octa-core (4×2.3 GHz & 4×1.7 GHz) |
GPU | Mali-G71 MP20 |
RAM | 6 GB |
ROM | 64 / 128 / 256 GB |
Câmara Principal | 12 MP (f/1.7, 26mm, 1/2.55″, 1.4 µm, Dual Pixel PDAF) + 12MP (f/2.4, 52mm, 1/3.6″, 1 µm, AF), OIS, PDAF, 2x zoom óptico, LED flash |
Câmara Secundária | 8 MP (f/1.7, 25mm, 1/3.6″, 1.22 µm), AF, 1440p@30fps, dual video call, Auto HDR |
Audio | jack 3.5mm |
Conectividade | Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, Wi-Fi Direct, hotspot, BT 5.0 LE, NFC |
Sensores | Scanner de Iris, impressão digital (atrás), acelerómetro, giroscópio, proximidade, bússola, barómetro, frequência cardíaca, SpO2 |
Bateria | 3.300 mAh |
Cores | Midnight Black, Maple Gold, Orchid Grey, Deep Sea Blue |
Preço | > 900€, Amazon ES |
Design e primeiras impressões
O seu desenho é no mínimo fantástico, com um corpo com moldura em aluminio e vidro tanto à frente como atrás, ao pegar percebemos no cuidado que a Samsung prestou na sua construção. As duas faces de vidro contam com protecção Gorilla Glass 5, mas não é o suficiente para afastar o receio de partir o vidro com alguma queda involuntária.
A parte frontal, com um ecrã Super AMOLED de 6,3 e proporção de 18:9 conta apenas com moldura nas partes superior e inferior, estreitas e sem quebrar a simetria do dispositivo, deixando espaço para a câmara frontal. Nos rebordos laterais, o vidro é curvo, para o efeito de InfinityEdge, mas a não tanto como na gama S8.
Claro que com tanto vidro, já é de esperar que se acumulem marcas das dedadas, conforme a oleosidade das vossas mãos…
Quanto ao posicionamento das coisinhas todas, temos na parte da frente no topo a câmara das selfies, e bastante robusta como tal com 8 MP e f/1.7, 25mm / 1/3.6″, 1.22 µm), autofocus, auto-HDR e com capacidade de gravação a 1440p@30fps. Junto desta temos o scanner da iris, o led de notificações e o auricular para as chamadas. Na parte inferior do Note8 encontramos…nada, nada na moldura, que assim apenas serve para o efeito de simetria da frente do ecrã. Contudo, na parte inferior do que é o ecrã, temos um ponto de pressão que actua como botão home.
Quanto às laterais, temos os botões divididos, com o botão power do lado direito, e o botão do volume do lado oposto, acompanhado de um botão extra que serve para ativar o assistente pessoal Bixby. Na base do Note8 tem algumas coisas interessantes, além da porta USB-C, encontramos ainda uma ligação de 3.5mm para os headphones bem como a nossa caneta stylus, ou S Pen. Aqui a Samsung ainda encontrou espaço para colocar a coluna do Note8.
E aproveito para confessar que demorei a dar com ele, mas a travessa dos cartões SIM e microSD está na parte do topo do Note8.
E olhando para a parte de trás, encontramos o que muitos procuram, as câmaras, colocadas numa área onde se encontram acompanhadas de tudo. Além do flash LED, temos o scanner de impressões digitais e o sensor de frequência cardiaca.
E não esquecer, IP68!
Resistência a água até 30min…mas façam como nós, e não teste estes certificados, nem na piscina nem na praia.
O ecrã, InfityEdge e 18:9!
A Samsung juntou duas das melhores coisas que aconteceram aos ecrãs de smartphones nos últimos anos, e tudo num painel Super Amoled.
O Samsung Note8 conta com um ecrã InfityEdge, que consiste no efeito de continuidade que o vidro curvo dá nos rebordos, e agora numa relação de 18:9. Parece que temos realmente um ecrã enorme e sem limites…não fossem as molduras de topo e na base.
Independentemente do modo de resolução que escolham, ficaram sempre agradados com a qualidade do ecrã, que é absolutamente sublime. Em comparação, tem um nível de brilho com capacidade semelhante à dos melhores ecrãs de portáteis, que rondam os 300 nits, níveis que disparam quando usamos multimédia com suporte HDR, seja pelo YouTube ou Netflix.
Infelizmente nem todas as aplicações e multimédia são ainda compativeis com a relação 18:9, surgindo umas bordas pretas para fazer os 16:9. Mas em alguns videos podemos optar por preencher o ecrã todo, tornando-os ainda melhor de se ver.
A cereja no topo do bolo deste ecrã é o modo Screen Always On,
A não ser que precisem de poupar bateria, este modo eleva o nível do Note8, que se estiver na mesa junto de outros, facilmente se destaca pelo aspecto limpo e iluminado que apresenta neste modo. Também uma forma fácil de se manterem atentos às notificações.
E isto tudo, no dia a dia?
Usar o Note8 no dia a dia é sem dúvida uma experiência muito boa, ou assim foi para mim pelo menos.
Fora alguns pontos de que já falarei
Com 6GB de RAM, um processador de topo como o Exynos 8895 e uma versão limpa do Android, usar o Note8 é bastante agradável em termos de fluidez, passando entre aplicações como se nada fosse e lançando tudo muito rapidamente.
Onde se destaca é claramente com a stylus que traz, que mal tiramos activa um conjunto de opções que podemos escolher. É verdadeiramente reconfortante poder escrever livremente, e ver o que escrevemos ser reconhecido e transformar-se em texto digital.
Como se o fizéssemos num pedaço de papel e não no vidro de um smartphone…caro
E a sua funcionalidade parece estar completamente integrada com as diversas aplicações, entre messenger e whatsapp podemos escrever à mão e ver as mensagens serem entregues. Bem como usar alguns efeitos engraçados. Serve também de ferramenta para editar as fotos que queiram.
Uma das formas de desbloqueio do ecrã é o reconhecimento facial, que procurei usar como meio principal. Contudo, a Samsung ficou-se a meio caminho.
Para desbloquear com o reconhecimento facial, temos primeiro de premir o botão para activar o ecrã – mesmo que o Always On esteja activo. E então esperar que a câmara reconheça o rosto, o que acontece muitas vezes mas não sempre, acabando por recorrer ao desbloqueio ao toque.
A Apple continua a ser a companhia com o melhor desbloqueio por reconhecimento facial, no iPhone X pelo menos. Para ver algo semelhante no mundo Android parece que teremos de esperar por 2018.
Outro ponto menos bom com o Note8 também se reflecte no desbloqueio deste, e é o sensor de impressões digitais atrás, junto das câmaras.
A verdade é que para um dispositivo tão comprido, é uma posição alta para mãos mais curtas – o que não foi bem o meu problema. O maior problema foi ser uma área relativamente pequena, ou talvez a sua forma rectangular não ser a melhor? Isto pois algumas vezes não consegui desbloquear à primeira, por falta de reconhecimento. Teria sido melhor aposta que a Samsung tivesse optado pelo sensor redondo usado em muitos dispositivos no mercado, e por baixo das câmaras.
Desabafo sobre a Bixby…
Uma funcionalidade algo inútil para quem não fale fluentemente inglês ou chinês…ou simplesmente quem tenha o nariz entupido como eu. Se calhar poderiam considerar vender modelos sem esta funcionalidade, e assim talvez até cortar uns euritos? Tenho esta opinião também em relação a outros assistentes pessoais que por ai andam.
Indo na onda das inteligências artificiais, e depois da Siri e OK Google, temos várias assistentes por voz, a Bixby não desilude completamente, mas o reconhecimento de voz continua a ser limitado. Podemos ajudar a funcionalidade a evoluir com a nossa pronuncia, indicando o que pretendíamos dizer, mas em dias que estamos mal da garganta ou de nariz entupido, será uma luta dificil tentar fazer com que a Bixby nos entenda.
Não testem com o nariz entupido…
Câmara e bateria
Outros dois pontos a favor deste Flagship da companhia sul coreana, que equipou o Note8 com dois sensores de 12 MP e cada um com características muito boas.
A bateria surpreende, com 3.300 mAh, consegue uma autonomia maior que outros dispositivos da concorrência que apresentam baterias maiores, muito por conta da optimização do processador e sistema.
No Samsung Galaxy Note 8 temos o Android 7.1.1 e o TouchWiz já lá vai. Com uma versão bastante limpa do Android, e que brevemente terá atualização para Android Oreo. isto alia-se ao processador Exynos 8895 produzido em 11nm tem uma eficiência muito boa.
Não é de todo a melhor autonomia claro, mas para o dispositivo em questão com um ecrã de 6,3″ e alta resolução, que no meu caso esteve com o modo Always On sempre activo, portou-se bastante bem. Na maioria dos dias chegava ao final do mesmo com a bateria a rondar os 40% de capacidade.
A qualidade da câmara é notória
Podem ver aqui no nosso album algumas das fotos tiradas, ou clicando na imagem abaixo!
O Note8 conta com dois sensores atrás, ambos de 12MP mas com diferenças. Um com lente grande angular e f/1.7, outra com zoom óptico 2x e uma aperture de f/2.4.
As câmaras são auxiliadas pelo estabilizador incorporado (OIS), que também nos ajudar muito no vídeo.
O resultado é fantástico, com imagens detalhadas e cheias de cor.
Uma funcionalidade interessante que temos é o Live Focus, na qual capturamos a imagem com a lente de zoom, enquanto o sensor principal captura o pano de fundo, podendo desfocar este para melhorar as fotografias de retrato com classe.
Para salvaguardar, se não gostarmos do resultado final, é guardada uma ‘cópia’ da fotografia original capturada pela lente grande-angular.
Conclusão
O Samsung Note8 não é claramente para qualquer um, a começar pelo seu preço, contudo é possivelemte o flagship que mais vale o seu dinheiro, pois além de permitir multitarefas sem problemas, captura de imagens e vídeos de qualidade, tem ainda uma bateria com boa autonomia e uma ferramenta de produtividade que realmente ajuda quando nos habituamos a ela, a S Pen!
O Note8 é o phablet a ter, nem devemos considerar outros, e apesar do seu ecrã de 6,3″ tem uma dimensão que não estorva no dia a dia, seja no bolso ou não mão.
No passado considerei o LG G6 como um dos melhores smartphones de 2017, e continua a sê-lo, são poucos os dispositivos que surpreenderam mais, e o Note8 é seguramente um deles, acima do outro flagship da companhia sul coreana.
Será difícil em 2018 surpreender mais com o Note9…hmm será?