Horizon Forbidden West, como disse na minha análise, foi um jogo que pegou na excelente base que era Horizon Zero Dawn e essencialmente melhorou em todos os aspetos, mesmo que tenha jogado pelo seguro e não tenha inovado tanto como se calhar seria expectável na sequela.
Ainda assim, foi um dos melhores jogos do ano passado e, especialmente no que toca à componente gráfica, ainda é um dos melhores atualmente. Tal como Forbidden West, o DLC Burning Shores joga bastante pelo seguro e aqui talvez faça mais sentido mas essa geralmente não é a preocupação de DLC/Expansões.
O que Burning Shores faz bastante bem é em expandir aquilo que Forbidden West já fazia: uma nova área incrivelmente detalhada e com imensos segredos para descobrir, novas armas e armaduras e altos valores de produção na história e missões secundárias.
Sinceramente, para mim este DLC está menos conseguido em dois aspetos: a história e no facto de só existirem dois ou três novos inimigos. Mas vejamos.
A pensar no futuro
Um ponto bastante positivo de Burning Shores: o facto de só o poderem começar depois de terminar a campanha principal do jogo base.
Isto é bastante importante pois neste tipo de DLC, é comum que a história seja um acontecimento isolado, quase não-canónico e apenas para “world building” mas em Burning Shores, a história tem o objetivo de ligar os acontecimentos do jogo base ao que será inevitavelmente o terceiro Horizon.
Após o fim da história original, Aloy é contactada por Sylens que tem novas pistas que os poderão levar a descobrir mais detalhes sobre Nemesis, a ameaça que se aproxima da Terra e com ela, o possível apocalipse.
Um dos Old Ones, Walter Londra foi descoberto nas Burning Shores, a zona anteriormente conhecida por Los Angeles cujos prédios agora estão envolvidos em vegetação e ruínas, pendurados em penhascos que levam ao oceano ou a rios de lava, devido aos vulcões que entraram em erupção nos anos desde o fim da civilização.
Após uma chegada atribulada, Aloy encontra-se com aquela que viria a ser a sua companheira de viagem, Seyka que também é constantemente desprezada pela sua tribo de Quen e este aspeto em comum com Aloy tornam-nas em grandes aliadas.
Os objetivos de ambas também acabam por se cruzar, uma vez que Seyka procura pelos membros desaparecidos da sua tribo, em particular a sua irmã e Aloy após investigar percebe que estes desaparecimentos podem estar envolvidos com Londra.
A história não é má mas sofre um pouco devido à sua curta duração. É possível terminá-la em cerca de 5-6 horas e isso não permite desenvolver como deve ser nem a relação entre Seyka e Aloy, nem Londra como um vilão credível.
Londra é mesmo o que sofre mais pois numa missão aparece e na seguinte estamos prontos para derrotá-lo.
Ainda assim, cada missão é muito boa, com imensos momentos de ação e lutas épicas contra inimigos gigantes, basicamente aquilo que faz Horizon tão bom.
Os Quen acabam por até ter algum desenvolvimento, visto que estão envolvidos em todos os acontecimentos e temos ainda missões secundárias que podemos terminar, que normalmente requerem que os ajudemos nalguma tarefa, mas mesmo essas missões secundárias são em número reduzido.
É uma pena isto, pois as Burning Shores é um local enorme, cerca de 1/4 da área de Forbidden West, mas enquanto que o jogo original tem imensas missões secundárias que nos levam às zonas não exploradas pela missão principal, Burning Shores acaba por não o fazer de forma tão conseguida, sendo que existem zonas que dão a sensação de estarem sub-aproveitadas.
Arsenal renovado
As novas armas e armaduras de Burning Shores são bastante poderosos, com particular destaque para a Specter Gauntlet, uma espécie de metralhadora que pode disparar num alvo que marcamos no inimigo usando stamina.
Esta arma utiliza como munição fragmentos que custam apenas 10 metal shards e 2 sparkers por cada 10 tiros. Isto é incrivelmente barato para o dano que a arma causa pois nesta altura do jogo, com a campanha principal e missões secundárias do jogo base terminadas, provavelmente têm destes dois materiais aos milhares.
Aliás esta arma é tão boa que acaba por relegar para segundo plano algumas das outras armas. Essencialmente, a tática passou a ser usar as armas elementais para causar os efeitos e destruir pontos fracos dos robôs, enquanto que o resto do dano é causado pela Specter Gauntlet.
Os vendedores possuem várias armas e armaduras lendárias para venda e estas podem ser obtidas com Brimshine, umas pedras amarelas que podem encontrar espalhadas pelas Burning Shores.
Apesar de não serem essenciais para terminar a campanha nova (as armas com que terminaram Forbidden West vão ser na mesma eficazes no DLC), não deixa de ser uma boa adição ao jogo e algo que acaba por facilitar a vida aos jogadores nas dificuldades mais altas e nas várias arenas do jogo.
Paisagens de cortar a respiração
A zona destruída de Los Angeles, agora conhecida como as Burning Shores é possivelmente uma das zonas mais incríveis feitas num DLC de jogo.
Além da sua larga área, o design do mapa foi feito para ser explorado no vosso Waterwing, uma versão atualizada do vosso Sunwing que agora é capaz de mergulhar.
Os edifícios em ruínas escondem vários tesouros para descobrir e estão geralmente em escarpas nas quais um salto mal calculado atira-vos para um precipício.
Existem cerca de quatro cores dominantes, o azul do mar, o verde da vegetação, o vermelho da lava e o branco das ruínas que são cercadas por estes 3 elementos da natureza, num eterno combate entre vida e destruição.
Também é possível reconhecer alguns dos pontos característicos da cidade, como as letras de Hollywood, o observatório ou o Santa Monica Pier.
Conclusões
Apesar da duração reduzida da história, ainda acho que Horizon Forbidden West: Burning Shores é um excelente DLC por 19.99€.
Se gostaram da experiência do jogo base, vão definitivamente gostar do DLC, uma vez que aquilo que vos oferece é um complemento de Forbidden West.
Também acho que é pena não ter sido feita uma versão para a PS4 desde DLC, entendo que as capacidades técnicas da consola já não aguentem mas não deixa de ser um pouco infeliz que quem jogou a versão da geração anterior não possa experimentar a história do DLC, mesmo que o custo fosse uma versão menos bonita das Burning Shores.
Todas as imagens que veem nesta análise foram capturadas usando o excelente modo de fotografia de Horizon Forbidden West.
