Review Dragon Quest 8 3DS

Review dos Leitores4 Votes
92
Aventura épica
Personagens carismáticos
Excelente banda sonora
Dezenas de horas de conteúdo
Downgrade gráfico
Ausência do modo 3D
Algumas quedas de FPS quando voamos
90

Uma excelente adaptação do clássico da PS2, que podemos levar para todo o lado

Dragon Quest 8 é, de longe, um dos meus jogos favoritos da PS2 e um dos melhores RPG que já foram lançados, na minha opinião. Na altura da PS2, era um jogo com uma escala incrível, excelentes elementos de RPG que não eram muito comuns numa época em que os RPG de ação estavam com uma presença mais forte no Oeste.

Fazendo jus ao subtítulo, Journey of the Cursed King é realmente uma bela viagem, num enorme mundo cheio de segredos para descobrir e personagens incrivelmente carismáticos, que nos acompanham ao longo de toda a aventura.

Após ter sido lançado para Android e iOS, numa adaptação um pouco miserável, a Square Enix decidiu relançar o jogo na Nintendo 3DS, mas desta vez a adaptação está genial, não só mantendo a enorme escala do jogo, como ainda acrescentou novos elementos à jogabilidade, equilibrou certos aspetos em relação à versão da PS2 e, melhor ainda, permite-nos levar o jogo para onde quisermos.

Uma aventura épica

Dragon Quest 8, coloca-nos na pele de um guarda do rei Trode, que após ter sido traído pelo bobo do seu castelo, acaba amaldiçoado e transformado num pequeno troll verde, juntamente com a sua filha, Medea que é transformada num cavalo. Por alguma razão o guarda, que serve de herói para a história, consegue sobreviver a este ataque e parte em viagem com Trode e Medea para encontrarem o vilão Dhoulmagus e assim, conseguirem levantar a maldição que os aflige.

Ao longo da aventura vamo-nos encontrando com diversos personagens memoráveis, incluindo o bandido Yangus, que começa já na nossa equipa, Jessica que decide sair da sua vila para vingar a morte do seu irmão às mãos de Dhoulmagus e Angelo, um templário que é renegado pela ordem após a morte do Abade que comandava o mosteiro onde vivia.

Eventualmente, a história acaba por sofrer uma reviravolta que coloca todo o mundo em perigo, mas não vou dizer pois, apesar do jogo ter saído na PS2, muitos ainda podem vir a ter o primeiro contacto com este jogo, nesta versão da 3DS.

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Uma das coisas que foram adicionadas nesta nova versão, foi um novo final. Na versão da PS2 existiam dois finais, um alternativo que desbloqueávamos quando derrotávamos o boss final, terminávamos uma nova missão que aparecia e, derrotávamos novamente o boss final.

Tal como na versão da PS2, os passos são exatamente os mesmos, a diferença é que, para desbloquear o novo final, apenas temos de alterar uma resposta a uma pergunta que nos vão fazer. Apesar de não desgostar, achei o novo final um pouco forçado, pois nota-se claramente que foi adicionado apenas para fazer a vontade aos fãs de uma das personagens.

Principais diferenças na nova versão

A versão da 3DS, como disse, inclui várias mudanças e reequilíbrios face à versão da PS2.

Para começar, os combates já não são aleatórios, ao estilo Pokémon, passando para a abordagem que vemos em Dragon Quest 9 e no remake de Dragon Quest 7, nos quais vemos os monstros no mapa. Para lutar, apenas temos de lhes tocar ou esperar que eles nos toquem a nós.

Esta mudança fez com que a duração do jogo, acabe por não ser tão artificial, uma vez que podemos facilmente desviar-nos dos inimigo, se quisermos evitar os combates. Isto faz com que possamos ver que inimigos estão na nossa área e, algo que gostei bastante, foi o facto de inimigos que antes apenas apareciam em zonas mais avançadas do jogo, apareçam logo nas primeiras zonas num nível mais baixo, o que acaba por aumentar a variedade dos combates.

No jogo original, precisei de 80 horas para terminar a história, neste consegui-o em 45 horas.

Além disso, apesar de não lutarmos tanto, conseguimos subir de nível mais facilmente, uma vez que podemos escolher os inimigos que nos dão mais experiência, especialmente quando começam a aparecer os monstros da família Metal Slime, que nos dão enormes quantidades de experiência. Praticamente não lutei contra inimigos que não fossem Metal Slimes, a não ser que estes viessem atrás de mim e iniciassem combate contra a minha vontade.

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Tendo em conta que podemos subir de nível mais rapidamente, graças a este método que referi acima, foi necessário equilibrar alguns combates contra bosses. A primeira mudança que reparei, foi o aumento da saúde da maioria dos bosses, o que torna os combates ainda mais desafiantes do que já eram antes e alguns bosses até recebem novos ataques.

Outra mudança que também me agradou bastante, foi o facto de que, quando um personagem sobe de nível, a sua saúde e magia são restauradas, algo que não acontecia antes e nos obrigava a ter de ir a pousadas ao fim de algum tempo.

Varias alterações que melhoraram a jogabilidade em muitos aspectos

Uma das principais alterações foi o sistema de gravação, nomeadamente a gravação rápida, que antes nos obrigava a ter de reiniciar o jogo e, quando carregávamos esse ficheiro de gravação, este era apagado. Agora podemos gravar em qualquer local, sem a necessidade de ter de reiniciar o jogo, sendo que, quando queremos recarregar, escolhemos a gravação rápida ou a normal.

Outra excelente alteração, foi ao nível do Alchemy Pot, um menu que nos deixa juntar até três itens para os fundir e criar um novo, mais poderoso. Na PS2, era necessário ter de efetuar um determinado número de passos até os itens estarem prontos, sendo que se os queríamos instantaneamente, era necessário fazer upgrade ao Pot após terminar o jogo. Na versão da 3DS esta funcionalidade vem por defeito, algo que facilita imenso a criação de novos objetos.

Além do novo final alternativo, foram adicionadas algumas coisas ao endgame, ou seja, após derrotar o boss final.

A Monster Arena, que já existia no original, recebeu um novo Rank X com monstros terrivelmente fortes. Para participar na Monster Arena, temos de derrotar alguns monstros que têm um símbolo por cima, que possuem estatísticas melhoradas. Ao derrotá-los podemos adicioná-los à nossa equipa e inclusive chamá-los durante os combates.

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A outra adição, foi uma nova dungeon que podem desbloquear terminando uma missão endgame, que eleva a dificuldade a um novo nível. Nesta dungeon, lutamos novamente com os antigos bosses mas a um nível enorme e com novas habilidades, que prometem fazer-vos suar das mãos e vão levar as vossas estratégias ao limite.

Uma das principais adições foi o novo modo de fotografia, com uma missão própria. Podem tirar fotos em qualquer momento pressionando no Start ou Select, podendo ainda tirar ou adicionar personagens, poses, entre outros. Para terminarem a missão exclusiva, têm de fotografar uns Slimes dourados que aparecem em determinados locais.

Também gostei do facto de não ser necessário encontrar os mapas das localizações nos baús, sendo que agora está sempre presente no ecrã tátil da consola.

Gráficos PS2 vs 3DS

Tendo em conta o hardware mais fraco da 3DS, alguns compromissos tiveram de ser feitos, nomeadamente a nível gráfico. Algumas texturas foram reduzidas, alguns elementos como a erva do chão e algumas estradas mais detalhadas também foram retiradas, assim como uma redução na distância de visão.

No entanto, o jogo continua com uma escala impressionante e, melhor ainda, praticamente não tem loadings. Até o loading inicial dura 1 ou 2 segundos, algo que me deixou extremamente impressionado. Mesmo com os cortes a nível gráfico, ainda continua um jogo relativamente bonito, especialmente numa portátil, com personagens e monstros detalhados e praticamente sem quedas de FPS.

Além disso o jogo possui voice acting em praticamente todas as cutscenes, incluindo algumas vozes de NPC que foram adicionadas a esta nova versão.

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Conclusões

Dragon Quest 8 para a 3DS é uma excelente adaptação. Não é, de longe, o remake que muitos de nós queríamos para a PS4, mas consegue manter a escala épica do original enquanto adiciona novas funcionalidades, reequilibra certos elementos e nos permite levá-lo para todo o lado.

Se ainda não jogaram esta aventura e têm uma 3DS, este jogo é praticamente obrigatório na vossa coleção, visto que é um excelente RPG com uma grande história e bom conteúdo endgame.

Nota: Gostaríamos de agradecer à Nintendo Portugal por nos ter fornecido este fantástico jogo para análise.


Que vos parece esta adaptação de Dragon Quest 8 para a 3DS? Não deixem de comentar.

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