avengers cover

Review do Marvel’s Avengers na nova geração – Averagers

Review dos Leitores0 Votes
0
O Melhor
Bom sistema de combate
Melhorias gráficas e de performance na nova geração
O Pior
Falta de identidade
Sistema de equipamento desnecessário
Níveis repetitivos e sem inspiração
Processo de cross save desnecessariamente complicado
65

Marvel’s Avengers foi lançado em Agosto de 2020 mas com o lançamento da nova geração de consolas, o jogo recebeu uma atualização que permite jogar com maior framerate e resolução.

Como na altura não tive oportunidade de analisar o jogo, aproveito para o fazer agora que consegui jogar a versão da Playstation 5.

A receção ao jogo não foi a melhor, com muitas críticas à falta de identidade em especial o desenho dos personagens e sistema de loot, o exagerado foco em microtransações e o facto de o jogo ser lançado como um live service, em vez de um simples jogo single player com componente cooperativa.

Será que a Crystal Dynamics conseguiu colocar Marvel’s Avengers numa melhor situação? Vejamos.

Campanha com bons momentos, mas desapontante no geral

A campanha de Marvel’s Avengers tinha tudo para dar certo. Um ataque no A-Day, o dia em que se celebram os Avengers, faz a equipa cair em desgraça e infeta grande parte da população de São Francisco com super poderes, enquanto mata a outra parte da população.

Uma companhia que usa este ataque como desculpa para colocar a cidade sob controlo militar com a promessa de cura, enquanto caça e aprisiona os Inumanos, o nome dado aos que ficaram com poderes após o ataque.

Tudo isto poderia fazer da campanha de Marvel’s Avengers algo sombrio e sério mas existe um problema e esse problema tem um nome: Kamala Khan ou Ms Marvel.

kamala dhc

Apesar de ter gostado de jogar com a personagem e até achar que encaixa bem nos Avengers, os constantes surtos de fangirl durante a história foram incrivelmente irritantes, especialmente em situações que deveriam ser levadas de forma mais séria.

Entendo que queiram passar a mensagem de “nunca conheças os teus heróis” e que Kamala é a fonte de positivismo na equipa, mas por vezes deviam deixar uma história negativa e sombria ser isso mesmo, até para aumentar o impacto do momento em que finalmente Kamala consegue alcançar o resto da equipa.

O segundo problema com a campanha, é a sua estrutura. Existem momentos lineares que na minha opinião são incríveis nomeadamente, todo o primeiro nível da ponte, ser perseguido pelo Hulk uns anos após a 1ª missão, a secção em que vamos ao espaço e o boss final.

No entanto, todas as missões entre estes momentos não possuem qualquer pingo de imaginação. São literalmente missões recicladas umas das outras em que temos de capturar uma ou várias zonas, destruir objetivos ou lutar contra hordas de inimigos.

marvel avengers a day prologue

Existem também objetivos opcionais como abrir caixas através de um puzzle ou derrotar inimigos elite, mas a maioria não compensa o desvio que se faz para lá ir, exceto se estiverem à caça dos troféus.

Mesmo fazendo estes objetivos secundários, a campanha dura cerca 8 horas e ainda vão ter muito para desbloquear para cada personagem, mas isto é outro problema por si só.

Progressão lenta e aborrecida

Após terminar a campanha, a personagem com maior nível que tinha era a Kamala a 9. O nível máximo é 50 mas existe também o Power que diz respeito ao vosso equipamento.

Para subirem os níveis, têm de repetir o tipo de missões aborrecidas como as que encontram na campanha para obter experiência e equipamento de maior nível. Podem fazê-lo sozinhos ou usando matchmaking, mas não se podem repetir personagens o que combinado com a população reduzida, faz com que o tempo de procura possa ser elevado.

Para piorar a situação, a progressão não é comum a todos os personagens, o que significa que têm de subir o nível e o power de cada um, não existindo uma mecânica de “catch-up” como noutros jogos, que permita usar personagens recém desbloqueados nas missões de nível mais alto.

kamala bus depot real

Por exemplo, a campanha do Hawkeye foi lançada recentemente. Em apenas 2-3 horas podem completá-la e desbloquear o personagem para usar no resto do jogo. Quando terminarem a campanha, o power dele andará por volta de 10-12, o que significa que não o podem levar para missões que já jogam com personagens a power 40, 50 ou até acima de 100, sem terem de repetir todo o grind novamente.

Ao iniciarem uma missão sem matchmaking, podem escolher 3 companheiros controlados pela IA, e uma atenuante a este grind, seria que esses personagens recebessem experiência e loot visto que participam no jogo também e até usam o último equipamento que tinham neles, mas isso não acontece.

Os skills que desbloqueiam para os personagens são bastante úteis, oferecendo novos ataques, aumentando o poder e quantidade de vezes que podem usar as habilidades, entre muitos outros.

O equipamento, por outro lado, não fazia falta neste jogo. Marvel’s Avengers podia ser um brawler cooperativo, no qual a experiência que ganham serviria apenas para desbloquear habilidades e as missões permitiriam desbloquear cosméticos ou outros colecionáveis.

Além de não alterar os personagens a nível cosmético, as builds que se podem fazer são limitadas pelo facto de apenas podermos subir o nível dos equipamentos 10 vezes, tornando o build crafting inútil até atingirem o power máximo (ou 10 níveis abaixo).

aim

É possível criar bastante sinergia com alguns dos efeitos passivos dos equipamentos, especialmente com o sistema de artefactos que confere um nível de power geral por cada upgrade e ainda possui habilidades específicas, que encaixam melhor com certos personagens.

Esta mudança permitiria à Crystal Dynamics mudar o design das missões e não precisar de incluir objetivos secundários aborrecidos, focando todo o jogo naquilo que é um dos seus elementos mais fortes, o combate.

Cada personagem é único

Uma das coisas que Marvel’s Avengers tem e é bastante bom, é o combate. Cada personagem é único e possui formas únicas de encarar os confrontos.

Por exemplo, Iron Man é suposto estar no ar a disparar lasers, fazendo uso do corpo-a-corpo quando fica sem energia. Thor é o híbrido que consegue lutar no ar e no chão, fazendo uso de habilidades em área. Hulk é o tanque que pode recuperar a saúde usando o modo fúria, Black Widow consegue tornar os aliados invisíveis, permitindo que se afastem do combate para recuperar saúde, entre outros.

thor headshot

A única exceção são Hawkeye e Kate Bishop que fazem uso de espada ou arco e flecha, com diferentes habilidades mas que acabam por jogar da mesma forma.

Cada personagem também possui imensas skins no Marketplace, mas com raras exceções, a maioria destas são apenas desbloqueáveis comprando-as diretamente, o que é uma pena visto que apenas existe uma missão icónica por personagem que permite desbloquear cosméticos.

Nova geração

A atualização para a nova geração introduziu novos modos de performance ao jogo. É possível jogar a 4K e 30 FPS com algumas melhorias gráficas como sombras de maior resolução e melhor iluminação, ou 60 FPS com resolução dinâmica.

O modo 4K, sinceramente, não vale a pena. Forçar o jogo a 30 FPS por ligeiras melhorias não compensa quando um jogo de combate precisa de ser fluido.

O modo de 60 FPS corre de forma bastante fluida durante a maioria do tempo, mas existem níveis mais pesados, especialmente os últimos da campanha da Kate Bishop que causa grandes quedas de framerate mas principalmente, de resolução. Até se conseguem ver os pixels, parece quase um stream de baixa qualidade.

marvel avengers goes big at nycc

Entre outros bugs irritantes, se entrarem num menu enquanto estão a fazer algo que faça o comando vibrar, como sprintar, o comando não para de vibrar e precisam de sair do menu, parar o que estão a fazer e voltar a entrar.

Este bug combina com outro que me parece ser um pouco mais grave, que é o facto de o jogo fazer freeze quando saem do menu do personagem. Por vezes até ouvem o som a engasgar, como se a consola estivesse prestes a ter um Blue Screen of Death (BSOD), mas volta eventualmente ao jogo.

Isto com o comando a vibrar torna uma simples navegação pelo equipamento numa tarefa que não querem fazer.

Teremos um vídeo de análise em breve, estejam atentos.

Conclusões

Marvel’s Avengers podia ser muito melhor e tem potencial para tal. É um brawler bastante decente mas o sistema de loot e missões aborrecidas e repetitivas impedem-no de atingir esse potencial. Diria que a esta altura, a única forma de salvar este jogo seria uma reconstrução completa de vários sistemas, algo que simplesmente não vejo a acontecer.

As campanhas que foram introduzidas pós-lançamento são curtas e não conseguem satisfazer a falta de um verdadeiro endgame que puxe os jogadores para mais que umas horas de jogo após o seu lançamento.

A nova geração trouxe melhorias de performance muito bem-vindas e tornam a experiência menos plaguejada de bugs e quedas de fps (a versão da PS4 e Xbox One é por vezes injogável), mesmo que alguns ainda persistam.

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Design
Ecrã
Performance
Autonomia
Autonomia e alcance
Câmaras
Ecossistema
Qualidade/Preço
Ergonomia
Audio
Micrófono
Personalização
Video
Fotografia
Conectividade
Final Score