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Review A Plague Tale: Requiem – Maior, Melhor e sem cortes

A Plague Tale: Innocence foi um jogo que para mim apareceu do nada e ao terminar tornou-se num dos meus jogos favoritos dos últimos anos. Foi um jogo que não se conteve minimamente em demonstrar a violência dos tempo da peste negra através dos olhos de dois jovens que foram apanhados no meio de uma antiga profecia, capaz de trazer o fim do mundo e cujas forças que controlavam a sociedade queriam a todo o custo obter.

Em A Plague Tale: Requiem, a inocência acabou e Hugo e Amicia, os nossos protagonistas, vão enveredar pela sua derradeira viagem na tentativa de curar a maldição que aflige Hugo e evitar o fim do mundo. É o verdadeiro Requiem ao nosso mundo.

A viagem final

Tal como no primeiro jogo, A Plague Tale: Requiem coloca-nos numa viagem por vários locais na tentativa de descobrir a cura para a Macula, uma maldição milenar que afeta a linhagem de sangue da família de Amicia e Hugo.

Também como no primeiro jogo, os irmãos vão ser acompanhados por vários companheiros, como Lucas que já tinha aparecido no primeiro jogo; Arnaud, a Parede, um antigo cavaleiro de uma ordem parecida à dos templários e Sophia, uma pirata.

Estes novos companheiros foram uma excelente adição à história, não só pela forma como participam e auxiliam os irmãos na sua viagem, mas também pelas suas fortes personalidades, excelente performance e escrita.

Algo que gosto imenso neste tipo de jogos com grande foco na narrativa, é a forma como são capazes de inverter completamente uma situação alegre, transformando-a em algo desesperante e ruinosa. E o pior é que vocês, enquanto jogador sabem que vai correr tudo mal, mas é impossível ficar indiferente quando vemos Hugo a ter esperanças de que tudo vai melhorar.

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Chegar a uma cidade, ver uma enorme feira cheia de cor, pessoas a dançar e flores por todo o lado, para uns minutos depois esse mesmo cenário estar em chamas e as pessoas completamente massacradas pelos milhares de ratos que preenchem o ecrã.

Uma das principais melhorias, foi o aumento da escala, muito por causa de ser um lançamento apenas para a geração atual. Os cenários são muito maiores, permitem mais exploração, mas também significa que é possível colocar mais ratos em cena.

Os ratos continuam a ser a vossa maior ameaça, pelo menos no que toca a história, porque no que toca a jogabilidade, são uma das vossas melhores armas. A quantidade destes seres que esta geração de consolas permite colocar em cena é absolutamente impressionante e em muitas situações, é quase como se de um tsunami se tratasse, levando tudo à frente, incluíndo castelos e muralhas como se fossem feitas de papel.

Isto é explicado pelo facto de Hugo estar a atingir a sua fase final da maldição da Macula, o que aumenta a quantidade e força dos ratos. Eventualmente os gases tóxicos libertados pelos seus ninhos serão capazes de tapar o sol e com isto, cobrir a terra inteira em escuridão, o ambiente em que vivem.

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Demorei cerca de 20 horas para terminar o jogo (o primeiro durava entre 8-10h) e ainda existe a possibilidade de iniciarem um New Game + e nunca me senti aborrecido ou que existia filler na história. Acho que foi uma incrível viagem desde o princípio ao fim.

Jogabilidade mais variada e adaptada ao vosso estilo

O primeiro jogo tinha uma grande componente de furtividade que, apesar de não ser um complexa, fazia bem o seu trabalho, mesmo que os inimigos tivessem uma visão de túnel incrivelmente afunilada.

Nesta sequela, vemos uma melhoria substancial da IA inimiga, mas também do design dos níveis, que passam de ser bastante lineares a ser mais abertos, com diversos caminhos até ao vosso objetivo. É um design que me lembra bastante o de The Last of Us.

A IA inimiga, apesar de ainda ser bastante afunilada quando usam uma das várias iscas espalhadas pelos cenários para os atraír, se vos detetarem num local, vão patrulhar essa zona durante bastante tempo e até chamar alguns companheiros para os ajudar, alterando completamente a disposição dos soldados, o que vos obriga a planear novamente a rota até ao objetivo.

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Existem vários itens que podem criar usando alquímia que permite atear fogos, apagá-los, aumentar a sua potência ou atraír os ratos para um certo sítio. É possível combiná-los de forma bastante interessante uns com os outros e até com outros itens que têm como a vossa fisga, os jarros que podem transportar ou até a vossa nova besta.

Outra excelente mudança, é o facto de Amícia ser mais forte no que toca a defender-se de inimigos. A fisga ainda pode ser usada para matar inimigos que não usem capacete, como no primeiro, mas levou uma espécie de “nerf” que impede que a usem para tirar os capacetes dos inimigos, obrigando-vos a pensar noutras formas de os contornarem ou derrotarem.

Ao início estarão bastante limitados, apenas podem defender-se de um inimigo que se aproxime usando a vossa fisga para os atordoar e asfixiar caso não tenham capacete. Para vos tornar mais fortes, o jogo traz de volta o sistema de upgrades do primeiro jogo, no qual usam partes que encontram nos cenários e ferramentas para melhorar as vossas armas e introduz árvores de habilidades.

Os upgrades às armas permitem que a vossa fisga seja mais eficaz, permitindo disparar mais vezes sem recarregar ou atordoando os inimigos por mais tempo. A vossa besta pode carregar mais dardos e, mais importante, podem recolher os dardos usados do corpo dos inimigos, definitivamente um dos melhores upgrades do jogo. Também podem carregar mais jarros ou piritas que vos permite escapar dos ratos caso sejam apanhados na escuridão, assim como mais materiais para construir as munições das vossas armas.

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As árvores de habilidades são uma excelente adição ao jogo, pois adaptam-se ao vosso estilo de jogo. As três árvores são prudente, agressivo e oportunista. Cada árvore recebe experiência de forma passiva, dependendo da forma como jogam cada encontro com inimigos.

A árvore prudente sobe quando completam cenários sem serem detetados e permite desbloquear habilidades que vos fazem andar agachados mais rápidamente, atirar as munições usando a mão mais longe e usar facas para derrotar inimigos com armadura, sem que tenham de as tirar com a fisga.

A árvore agressiva é a mais fácil de subir, visto que muitas vezes vão ser detetados pelos inimigos e caso respondam de forma agressiva, usando as vossas armas, vão receber upgrades para a mesma. Esta permite que recarreguem as armas mais rapidamente, estrangulem os inimigos mais rapidamente, podem empurrá-los contra fogueiras ou ratos caso estejam atordoados ou não vos tenham detetado e recuperam mais rapido de ataques inimigos.

A árvore oportunista permite criar munição mais rapidamente, guardar materiais quando criam munição, aumentar a quantidade criada e até receber partes para upgrades quando criam as munições.

No geral, achei a jogabilidade bastante boa, os upgrades são bastante poderosos e reflectem-se no vosso estilo de jogo, tornando a vossa viagem mais fácil, mas sem nunca trivializar os encontros com inimigos.

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Outro grande elemento da jogabilidade são os ratos. Apesar de serem funcionarem mais como uma espécie de puzzle, visto que são um obstáculo que têm de atravessar para chegar ao vosso destino, em certas alturas podem controla-los quando estão na companhia de Hugo, que permite detetar os inimigos pelas paredes, ou até atirar pequenas hordas contra inimigos que estejam na escuridão, cujo barulho atrai os seus companheiros, permitindo uma abertura rápida nas suas patrulhas, que podem usar para chegar ao vosso objetivo sem serem detetados.

Por fim, os vossos companheiros são bastante importantes no que toca a jogabilidade. Como disse, Hugo permite usar os poderes dos ratos, Lucas pode usar várias munições alquímicas para atraír ou enfraquecer os inimigos, Arnaud, sendo um cavaleiro pode entrar em combate com os vários inimigos, permitindo que os ataquem por trás e Sophia pode usar um prisma para focar a luz solar contra arbustos, causando fumo que atrai soldados ou até criar uma luz à vossa volta ao refractar a luz das fogueiras, o que afasta ratos.

Gráficos, performance e som

Graficamente, A Plague Tale: Requiem é um jogo verdadeiramente next-gen, com texturas de alta resolução, cenários imensamente detalhados e um estilo de arte fabuloso. A performance, no entanto, sofre por causa disto em vários pontos do jogo. Nunca foi algo que afetasse a jogabilidade, mas em alturas com imensos ratos e fogo no ecrã, vão notar quedas de FPS.

A versão que joguei foi a da PS5 e o jogo corre a 30 FPS sem qualquer opção para correr a 60FPS, pelo menos antes do lançamento, que foi quando joguei. A integração com o Dualsense está excelente, especialmente quando existem ratos no ecrã, que causam pequenas e rápidas vibrações no comando.

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A nível de som, a performance dos atores é excelente e o design de som também é muito bom. A banda sonora é daquelas bastante discretas que serve mais de ambiente, apesar de existirem partes da história que são acompanhadas de música coral que lhes dá um impacto maior.

Durante as 20h de jogo, praticamente não vi bugs, tirando uma ou outra coisa visual menor. O que reparei, é que existem alguns exploits interessantes com os checkpoints. É possível abrirem um baú, recolherem os materiais que estão lá dentro e se por alguma razão morrerem, vão voltar ao checkpoint com os mesmos materiais, mas o baú volta a estar fechado.

Outro exploit assim é com o posicionamento dos inimigos. Várias vezes matei um ou dois inimigos, o que atraíu os seus companheiros, morri e quando voltei ao checkpoint os inimigos que matei estavam mortos, mas os outros voltaram à posição inicial, o que abriu imediatamente um caminho para poder passar sem problema.

Conclusão

A Plague Tale: Requiem é exatamente aquilo que gosto numa sequel: maior, melhor e sem cortar nada do que fez o primeiro jogo tão bom. Ainda vão ver cenários de alta violência capazes de vos deixar meio enjoados, o sistema de combate e furtividade foi bastante melhorado e expandido, com um design de cenários menos linear que permite mais opções para chegarem ao vosso objetivo.

O jogo estará disponível dia 18 de Outubro para PS5, Xbox Series X/S, PC e Nintendo Switch através de streaming. Também podem obtê-lo no Gamepass PC/XBox no dia de lançamento.

É definitivamente um dos melhores jogos que joguei este ano.

Review dos Leitores0 Votes
0
O Melhor
Excelente história
Jogabilidade e furtividade expandida
Design de níveis melhorado
Gráficos e arte
O Pior
Ausência de modo 60 FPS na consola
Performance sofre um pouco em situações mais intensas
90

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Design
Ecrã
Performance
Autonomia
Autonomia e alcance
Câmaras
Ecossistema
Qualidade/Preço
Ergonomia
Audio
Micrófono
Personalização
Video
Fotografia
Conectividade
Final Score