Melhores Jogos de Estratégia – Década de 2000 (Parte 2)

Neste artigo vamos completar a lista daqueles que pensamos ser os Melhores Jogos de Estratégia da década de 2000. A lista ficará finalizada com mais 6 jogos, para juntar aos 5 que lançámos na semana passada e que foram: Stronghold, Europa Universalis II, Age of Mythology, Warcraft III e Rise of Nations. Os 6 jogos que vamos falar esta semana são (por ordem de lançamento): Rome: Total War, Lord of The Rings: The Battle for Middle Earth II, Company of Heroes, Supreme Commander, World in Conflict e Warhammer 40.000: Dawn of War II.

Rome: Total War

https://www.youtube.com/watch?v=t5wgwMFiIaU

Este jogo de estratégia foi desenvolvido pela Creative Assembly em 2004 e é o terceiro jogo da série Total War. Este jogo foi o primeiro a juntar dois géneros de estratégia completamente diferentes: o jogo por turnos mais focado em movimentação de exércitos e desenvolvimento económico e o jogo em tempo real, onde controlamos as nossas tropas (que podem ser aos milhares) na frente de batalha. Como o nome do jogo diz: este passa-se durante a República e Império Romano desde 270 A.C. até 14 D.C..

Rome Total War consegue juntar impecavelmente dois géneros até aí independentes: o jogo por turnos e em tempo real

A parte mais interessante do jogo é provavelmente a campanha, onde o jogador assume o papel de líder de uma das 3 grandes Casas Romanas desse tempo, Julii, Brutii e Scipii. O objectivo final é controlar as 50 províncias, ganhar o apoio da população e tornarmo-nos o imperador. Quando movimentamos as tropas e encontramos um exército inimigo começa uma das melhores áreas do jogo: a batalha 3D em tempo real. É tão incrivelmente gratificante organizar as nossas tropas em menor número e conseguir vencer um inimigo tudo pela escolha certa de unidades e do local onde escolhemos lutar.

Ganhar a um exército em maior número é uma experiência incrivelmente gratificantemelhores jogos de estratégia rome total war

Cada divisão de soldados tem uma moral, valor esse que depende da experiência do comandante e da própria divisão, do tipo de unidade em si, tal como da fadiga, do terreno e do número de soldados perdidos. Este valor é extremamente importante porque, ao descer para um valor muito baixo, a divisão torna-se incontrolável e tenta retirar do campo de batalha. Embora todo o jogo esteja incrivelmente bem implementado, as batalhas são o mais impressionante desta série e é importante referi-las.

Este jogo foi bem recebido logo desde os primeiros dias, recebendo notas extraordinárias dos mais diversos sites de análise de jogos e estando nas mais variadas listas dos melhores jogos de estratégia de sempre. Por ser um jogo muito completo desde a componente por turnos mais virado para evolução económica, à componente em tempo real com belíssimas batalhas com um enorme número de soldados e com uma grande componente táctica, Rome: Total War está na nossa lista dos Melhores Jogos de Estratégia da Década de 2000.

Lord of the Rings: The Battle for Middle Earth II

Este jogo de estratégia em tempo real foi desenvolvido pela Electronic Arts em 2006. A história deste jogo divide-se numa campanha Boa e numa Má. A campanha Boa foca-se em Glorfindel, um elfo a quem é dito que existe ataque planeado a um santuário em Rivendell. Com a ajuda dos anões e outras forças amigas, os elfos tentam derrotar Sauron e o seu exército de forma a conseguir novamente paz na Terra Média (Middle Earth). Na campanha Má, Sauron envia o seu mensageiro e Nazgûl  para reunir os goblins selvagens. Com o seu exército, Sauron tenta derrotar as forças do bem a norte.

Existe uma campanha boa e uma campanha má, as duas entre as forças do bem contra Sauron, embora de lados diferentes da batalha

Tal como na maioria dos jogos de estratégia, este consiste em construir uma base capaz de produzir unidades, recolher recursos e pesquisar avanços tecnológicos. Para se vencer o jogo basta eliminar todas as unidades inimigas capazes de construir edifícios. Podemos construir muralhas com evoluções nas mesmas, como torres de arqueiros e catapultas, o que é uma adição interessante. Algo para dar alguma imersão a este jogo, é o facto de podermos criar unidades heróicas como AragornLegolasGimliSarumanNazgûl, Mouth of SarumanArwen e ainda Shelob.

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Existe uma personagem controlada pelo computador, Gollum, que se for morto, nos oferece o Anel. Este item é usado para podermos chamar um dos dois heróis do Anel (que são unidades extremamente fortes), Galadriel ou Sauron, dependendo da facção, por 10 000 de recursos. Neste jogo foram introduzidas 3 novas facções: GoblinsAnõesElfos. O jogo é passado nas regiões norte da Terra Média, focado nas batalhas da Guerra do Norte. Este jogo teve avanços bastante grandes em relação ao anterior jogo da série, incluindo avanços gráficos.

Se matarmos Gollum, ganhamos o Anel, com que podemos recrutar Galadriel ou Sauron

O jogo foi bem recebido, tendo notas de cerca de 85% na maioria dos sites de avaliação. Foi referido várias vezes, que a principal característica deste jogo foi a integração fantástica deste jogo no mundo de Senhor dos Anéis num jogo de estratégia em tempo real, embora tenha tido algumas críticas em relação ao modo multiplayer estar mal balanceado. Os servidores do jogo estiveram a funcionar até 2011 (5 anos), embora isto tenha acontecido porque a licença para explorar a série tenha expirado. Por todas estas razões, este jogo está na lista dos Melhores Jogos de Estratégia da Década de 2000.

Company of Heroes

Este jogo de estratégia em tempo real foi desenvolvido pela Relic Intertainment em 2006. Este jogo decorre durante a Segunda Guerra Mundial e tem 2 facções com que podemos jogar: Aliados e Eixo. O objectivo do jogo é capturar e manter recursos estratégicos espalhados pelo mapa, que são usados para construir edifícios e produzir novas unidades. Na campanha single player, o jogador controla duas divisões dos EUA durante a Batalha da Normandia e durante a libertação da França pelos Aliados.

O objectivo do jogo é controlar os recursos estratégicos espalhados pelo mapa e que nos permitem produzir unidades e edifícios

Como já foi referido, o objectivo é controlar pontos estratégicos no mapa. Quantos mais controlarmos, mais recursos vamos amealhar, ou seja, isto garante que existe permanente movimentação de tropas no mapa, em vez de ser um jogo puramente de defesa. Algo interessante neste jogo, é a capacidade que temos de ocupar um edifício civil e usá-lo para produzir soldados mais perto da frente de batalha. Podemos também ocupar edifícios vazios e usá-los para ganhar vantagem em combate, mas estes locais são vulneráveis a snipers, granadas, rockets, tanques e lança-chamas.

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Este foi dos primeiros jogos a adicionar destruição dinâmica de edifícios, ou seja, se estivermos a focar o nosso ataque num canto da casa, esse vai ser o primeiro a ser destruído. Os Aliados são representados pelos EUA que produzem unidades baratas e versáteis. O Eixo representado pela Alemanha produz unidades mais caras mas, ao mesmo tempo, mais poderosas.

Os EUA produzem unidades baratas e versáteis, a Alemanha unidades mais caras mas poderosas

Este jogo foi considerado, por muitos sites de avaliação de jogos, um dos melhores jogos de estratégia em tempo real da história, com uma média na sua avaliação por volta dos 94%, tornando-o o jogo de estratégia com melhor nota de sempre. É um jogo de estratégia extraordinário, com um ritmo de jogo muito elevado, um foco no ataque e é extremamente divertido. É merecedor, sem qualquer tipo de dúvida, do top dos Melhores Jogos de Estratégia da Década de 2000.

Supreme Commander

Lançado em 2007, Supreme Commander é um jogo de estratégia em tempo real desenvolvido pela Gas Powered Games. Este jogo foi, e ainda é, literalmente, o Crysis dos jogos de estratégia. Na altura em que saiu, não havia um único computador mortal que conseguisse aguentar com a escala absolutamente gigantesca deste jogo.

Quando este jogo saiu não havia um computador que conseguisse suportar a gigantesca escala do jogo

Jogo de estratégia passado no futuro longínquo, cada jogador começa apenas com 1 unidade – o armored command unit (ACU) – que é também o único humano que faz parte do nosso arsenal. No entanto, de 1 é tudo o que precisamos, já que é com ele que construímos tudo: fábricas, edifícios de recursos e outros, como radares. Os primeiros permitem construir, para além de unidades de combate, mais construtores.

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Neste jogo, apesar de haver outros modos como Supremacy, aquele que é mais jogado, de longe, é Assassination – se perdermos o nosso armored command unit, não importa quantas unidades temos no mapa, é game over. Sendo um Stand Alone DLC, ou seja, DLC que não precisava do jogo original, a campanha continua depois do jogo original terminar, onde uma nova ameaça aparece e assim as três facções do jogo inicial, inimigas antes, vêm-se forçadas a formar uma coligação e assim salvar a espécie humana da extinção.

Apesar de haver muitos modos de jogo, o mais jogado é Assassination onde, se perdermos o ACU perdemos o jogo

Apesar de ter a estrutura normal de todos os jogos de estratégia e algumas semelhanças com Command and Conquer, este jogo diferencia-se, não só pela sua enorme escala, tanto pelo número de unidades como pelo seu tamanho (algumas parecem autênticos arranha-céus), como também pela dimensão de alguns destes cenários de guerra, e também por algumas inovações únicas que foram introduzidas neste tipo de jogo. Só para falar de algumas:
1 – Strategic Zoom. Neste jogo não existe mini-mapa, isto porque o cenário de guerra é o nosso mini-mapa. Ao invés de estar a olhar para os dois ecrãs, basta fazer zoom-out e temos instantaneamente uma vista de toda a arena de guerra.
2 – Gestão de recursos. Todo o sistema de economia é saber equilibrar o que gastamos e consumimos por segundo. Não há gastar instantâneo, tudo é um jogo de equilibrar o que gastamos e consumimos por segundo. Gastar demais implica não conseguir produzir unidades a tempo. Gastar a menos significa desperdiçar recursos, fazendo da economia quase um jogo próprio .
3 – Reclaim system. Neste jogo, quando uma unidade morre, deixa para trás parte dos seus recursos, dando mais um nível de estratégia ao jogo e altera constantemente os cenários de guerra, já que antigas batalhas se transformam rapidamente em locais essenciais a capturar.

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Em 2011, quando GPG net, o servidor oficial, foi fechado, apareceu Forged Alliance Forever criado por uma comunidade não oficial de fãs para continuar o modo multiplayer. Completamente gratuita desde que abriu, viu bastantes progressos desde então, não só para o servidor, mas também para o próprio jogo, tendo-o tornado ainda melhor. Este servidor continua online e conta com uma comunidade crescente de jogadores.

World in Conflict

Este jogo de estratégia em tempo real foi criado pela Massive Entertainment em 2007. O jogo decorre durante o ano de 1989, aquando o colapso da União Soviética, mas numa história alternativa em que este país invade a Europa e os Estados Unidos para tentar manter o poder. Este jogo, ao contrário da maioria dos jogos de estratégia não permite a construção de bases nem a recolha de recursos, tendo o jogador um número de pontos de reforços para comprar unidades.

Este jogo desenrola-se numa história alternativa onde a União Soviética invade a Europa e os EUA

World in Conflict tem 3 possíveis facções: EUA, União Soviética e a NATO, todas disponíveis no multiplayer, embora na campanha a União Soviética não pode ser controlada. No modo multiplayer o jogador tem de escolher 1 de 4 focos: infantaria, força aérea, suporte e tanques. Todas os focos têm unidades específicas que só eles podem fazer, embora as unidades básicas de cada um dos focos podem ser produzidas por qualquer jogador, embora custem mais para os focos que não tivermos escolhido.

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O sistema táctico é bastante semelhante a Command & Conquer: Generals, podendo ser seleccionados ataques aéreospára-quedistas e lançar raides de bombardeamento aéreo. O modo single player tem como inspiração outros jogos como Call of Duty ou Medal of Honor, onde o jogador joga como um tenente dos EUA que comanda uma companhia.

Podemos pedir ataques aéreos, pára-quedistas e lançar raides de bombardeamento

Este jogo recebeu excelentes notas de sites de análise, tendo até sido o jogo mais vendido da semana nos EUA na Alemanha e na Austrália quando foi lançado. Recebeu variados prémios que enaltecem a grande qualidade deste jogo de estratégia. Por ser um excelente jogo de estratégia, com um multiplayer bem balanceado, isto tudo num jogo intenso e divertido está na nossa lista dos Melhores Jogos de Estratégia da Década de 2000.

Warhammer 40.000: Dawn of War II

Este jogo de estratégia em tempo real foi desenvolvido pela Relic Entertainment em 2009. O jogador podia escolher de entre Space Marines, Orcs, Eldar e Tyranids para controlar em cada jogo. O gameplay deste jogo foi alterado em relação ao anterior da série onde, por exemplo, já não podemos construir as nossas próprias bases. O objectivo deste título foi, desde o seu início, juntar o melhor de dois mundos, ou seja, o melhor que o primeiro jogo teve, com o melhor que Company of Heroes conseguia oferecer.

O objectivo deste jogo foi conseguir juntar o melhor de Company of Heroes com Warhammer 40k: Dawn of War

Para garantir isto, existe um foco maior no sistema de cover que dá grandes bónus defensivos. Por outro lado, foram também adicionados métodos para poder lutar contra estas unidades, como lança-chamas, granadas e explosivos. Outra mais-valia em relação ao jogo anterior foi uma grande melhoria do AI, que quando atingido procura onde se esconder, os veículos têm um tamanho mais realístico e o sistema de físicas está também melhorado.

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A campanha deste jogo é jogada com os Space Marines tanto em modo single player como em modo cooperativo. Como neste jogo não existe a construção de edifícios, o jogador escolhe de início as unidades com que quer jogar, não podendo criar mais, excepto alguns reforços muito limitador que vai recebendo. Já dentro da campanha o jogador pode ter de escolher entre várias opções de uma missão como, por exemplo, salvar civis ou recolher uma poderosa arma.

O jogador é defrontado com escolhas nas missões

Este jogo teve uma boa recepção desde o início, onde muitos dos avaliadores louvaram o ritmo rápido do jogo e os seus gráfico excelentes. O facto de a construção de bases ter sido retirada foi também muito bem aceite pela maioria das pessoas, dando a este jogo um estilo híbrido entre jogo de estratégia em tempo real e RPG. Sendo um grande jogo de estratégia, combinando dois dos melhores títulos do passado de forma quase perfeita, faz com que este jogo esteja na nossa lista dos Melhores Jogos de Estratégia da Década de 2000.

Na Próxima Semana em Os Melhores Jogos de Estratégia da Década

Na próxima semana vamos acabar a década de 2000, com mais 5 jogos que pensamos serem os 5 melhores jogos de estratégia após estes 11 que apresentamos. Desta forma, no próximo artigo iremos dar 5 Mensões Honrosas a 5 títulos que também tiveram uma grande qualidade, terminando assim a década de 2000.

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