Maneater Cover

Maneater Review, o novo predador dos oceanos

O Melhor
Excelente sistema progressão
Narração cómica
Mapa altamente detalhado
O Pior
Missões altamente repetitivas
Performance atroz nas consolas
Problemas de câmara
60

Maneater é o novo RPG de ação da Tripwire, lançado para Xbox One, Playstation 4 e exclusivo temporário da Epic Store no PC.

O que torna este RPG fora do comum, é o facto de controlarem um tubarão e seguirem a sua vida desde recém nascido até serem um mega tubarão.

Será que a Tripwire conseguiu para Maneater, aquilo que filmes como Jaws conseguiram no cinema? Vejamos.

Perigo no oceano

Perigo no oceano (Deep Blue Sea) de 1999 foi provavelmente o primeiro filme de tubarões que vi, com cerca de 10-11 anos. Na altura, fiquei bastante impressionado com o simples facto de se poder ter uma máquina assassina tão impressionante, com uma simples modificação de DNA (o que me fez despertar o interesse em temas como a manipulação genética).

Olhando para trás, o filme possui imensos problemas, mas o conceito de um Apex Predator com inteligência ao nível humano tem tanto de fascinante como de assustador.

Maneater explora exatamente esse conceito: como podem alterar um ecossistema, quando um humano consegue controlar um predador com armas suficientes para dominar o seu meio.

Inspirado em Jaws e Moby Dick

A história de Maneater não tem nada de novo, mas é inspirada em duas das melhores histórias de animais marinhos já feitas: Jaws e Moby Dick.

Maneater 1

Maneaters vs Sharkhunters é um reality show que segue um famoso caçador de tubarões, Scaly Pete. No tutorial aprendemos os controlos e temos um gostinho da destruição que podemos causar enquanto predador, mas acabamos por ser caçados por Pete que nos abre de uma ponta a outra, para descobrir que éramos uma fêmea e tínhamos um bebé tubarão (também fêmea) dentro de nós.

Ao tentar dar o mesmo destino ao pequeno tubarão, Scaly Pete acaba sem uma mão e com um possível predador desfigurado à solta no oceano. A procura pela vingança começa.

Evolução visível

Maneater, sendo um RPG, possui um sistema de progressão. Este sistema é um dos melhores que vi nos últimos tempos pois permite-vos ter uma perceção visual do quão mais forte estão.

Quando começam, são apenas um pequeno tubarão mas por cada nível que sobem, o vosso tubarão fica cada vez maior.

Maneater 4

Existem várias espécies de armaduras (ou evoluções) que podem desbloquear e conseguem transformar completamente o desenho do vosso tubarão, ao ponto de quase parecer alienígena.

Inicialmente, quando derrotam inimigos maiores, deixam pedaços de carne a flutuar que têm de comer individualmente. Ao fim de algum tempo, esses inimigos não são mais que simples alimento que conseguem engolir inteiros.

Comer, comer, comer

Um dos pontos mais altos do jogo, é o facto de ser narrado por Chris Parnell (Jerry Smith de Rick and Morty e Saturday Night Live), como se fosse um documentário.

Entre as várias linhas cómicas, que são genuinamente hilariantes, existem alguns factos reais sobre tubarões lá metidos pelo meio.

Maneater 2

Um desses factos, é que os tubarões passam a vida a comer. Infelizmente, este facto foi levado demasiado à letra, visto que é o único objetivo que têm durante o jogo.

O mundo aberto do jogo, Port Clovis, é composto por várias regiões bastante variadas. Infelizmente, os objetivos são sempre os mesmos: comer 10-15 humanos, comer 10 de uma espécie de peixes 3 vezes, fazendo com que o Apex Predator dessa região apareça, uma espécie de miniboss que temos de derrotar para assumir o seu lugar na cadeia alimentar.

Existem também alvos que temos de derrotar, sejam outros animais marinhos ou barcos, vários colecionáveis como caixas ou atrações turísticas.

Apesar de ser bastante aborrecido fazer sempre as mesmas tarefas, especialmente no início do jogo quando ainda não possuem grandes armas, e ainda não se adaptaram aos controlos, a cerca de 3-4 horas vão começar a jogar quase de forma automática.

Maneater 3

Isto acaba por ser um paradoxo estranho, uma vez que no início têm de ser inteligentes a jogar, saber desviar dos ataques adversários no tempo certo, atacar e fugir para comer peixes, o que vos recupera a saúde e permite voltar a atacar adversários mais poderosos.

Quando atingem o estado de Elder vão conseguir trivializar completamente o jogo, já não precisam de praticamente estratégia, uma vez que conseguem fazer spam do botão de ataque e destruir completamente os adversários.

Procurado

Um dos sistemas mais interessantes do jogo, é o nível de procurado. Este sistema funciona um pouco como o sistema homólogo que vemos em jogos como GTA ou Red Dead Redemption.

Ao caçar humanos, vamos aumentar o nível de ameaça, que ao chegar ao nível máximo fará com que sejamos caçados por caçadores contratados.

No entanto, se resistirmos e derrotarmos continuamente estes caçadores, o nosso nível de procurado aumenta gradualmente até atingir um certo ponto, que faz com que sejamos atacados por um caçador especial.

Maneater 5

O que estes minibosses têm de especial, é o facto de possuírem armas novas ou barcos mais resistentes. No entanto, quando conseguimos furar as suas defesas, podemos derrotá-los como qualquer outro inimigo.

Ao subirmos de nível de procurado, os caçadores habituais também recebem um upgrade no seu arsenal, utilizando barcos mais poderosos, armas que causam mais dano e até explosivos (que podemos agarrar e atirar contra eles).

Jogabilidade e exploração

A jogabilidade consegue ser espetacular e horrível ao mesmo tempo. Por um lado, nadar à superfície é bastante rápido e satisfatório, saltar de fora da água e caçar um humano desatento parece algo tirado de um filme e rasgar os animais marinhos como se fossem trapos é brutal a nível visual e sonoro.

No entanto, existem imensos problemas ao nível da câmara. Quando começam a crescer em tamanho, alguns dos locais tornam-se visivelmente apertados e difíceis de manobrar, com a câmara a colocar-se em locais estranhos.

O jogo possui um sistema de “lock on” mas no geral funciona bastante mal e contra inimigos mais rápidos, vão perder a mira constantemente. Além disso a câmara parece que não os consegue acompanhar e as definições de sensibilidade dão um salto do bastante sensível, para o muito pouco sensível.

Maneater 6

Isto faz com que a vossa maior arma seja mesmo o tal spam do ataque principal que falei. Também podem agarrar inimigos se atacarem no momento certo, fazendo com que os possam atirar contra um obstáculo causando dano e deixando-os atordoados, o que permite fazer “stunlock” na maioria dos inimigos que encontram.

A exploração é bastante incentivada neste jogo, uma vez que é a melhor fonte de experiência e nutrientes, que vos permite melhorar as partes do corpo, tornando-vos cada vez mais fortes.

Existem também certos equipamentos, que possuem sets que ao serem todos equipados vos conferem bónus como redução do dano que sofrem. Estes sets podem ser desbloqueados ao completarem todos os objetivos de uma certa categoria.

Gráficos, performance e som

Graficamente, Maneater é um excelente jogo. Os cenários são incrivelmente detalhados e variados, a física da água e nível de detalhe do fundo do mar são excelentes e existem bastantes NPC e peixes no cenário que podem caçar.

No que toca a performance, Maneater é um desastre, pelo menos na Playstation 4 que foi a versão que testei.

Existem quedas de frames que tornam o jogo quase impossível de jogar. Não tenho contador de FPS na consola, mas tenho quase a certeza que existem quedas para abaixo das 20 fps em certos sítios. E estamos a falar da PS4 Pro em 1080p.

Maneater 7

O pior de tudo, que me deixou um sentimento bastante agridoce, foram os crashes. Ao fim de pouco mais de 5h de jogo, sofri o meu segundo crash que corrompeu o meu ficheiro de gravação, perdendo todo o progresso.

A nível de som, a banda sonora é aceitável mas o melhor é mesmo o voice acting, especialmente o narrador e Scaly Pete que oferecem diálogos excelentes, capazes de vos fazer rir e relacionar com o vilão.

Conclusões

Maneater é um jogo único, que consigo recomendar numa promoção mas nunca na Playstation, se a questão da performance não for corrigida.

Infelizmente acabei por dar por terminado o jogo quando o meu ficheiro de gravação se perdeu, mas ao fim de 2-3 horas já tinha uma noção do que seria o jogo daí para a frente.

Apesar da experiência de jogar como um tubarão eventualmente se tornar muito divertida, as missões repetitivas e as primeiras horas de jogo bastante punitivas retiraram-me completamente a vontade de voltar a recomeçar o jogo do início.

O jogo vai ser lançado eventualmente para a Nintendo Switch, mas depois de ver como o jogo corre na Playstation 4, receio que o jogo vá ser uma catástrofe ao nível de Ark Survival Evolved.

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