O Huawei P10 Lite foi lançado para fechar a linha P10, lançada em Barcelona na MWC 2017 em finais de Fevereiro, mas este destaca-se completamente dos seus dois irmãos Huawei P10, que já analisamos aqui no passado.
Este dispositivo foi lançado para a gama média, a fatia mais competitiva do mercado onde fica difícil escolher um rei.
As companhias procuram ganhar vantagem, mas muitas vezes temos dispositivos muitos semelhantes, sendo geralmente o factor de desempate a capacidade fotográfica e a memória RAM.
Será que o Huawei P10 Lite é um forte concorrente nesta gama média, onde se inserem bons dispositivos de marcas concorrentes com Xiaomi, Meizu, Asus e até Samsung?
Unboxing e primeiras impressões
Para a nossa análise recebemos o Huawei P10 Lite (modelo WAS-LX1A) na cor Midnight Black, com 4GB de memória RAM e 32GB de armazenamento interno.
A caixa é semelhante à do Honor 9, que vimos no passado, e além do dispositivo contamos com o cabo microUSB e adaptador de carregamento, ainda também uns headphones in-ear da Huawei, que não experimentamos por questões higiénicas, e os habituais manuais.
Olhando ao Huawei P10 Lite com um desenho familiar, notamos facilmente que este é diferente dos seus irmãos, não seguindo as mesmas linhas de design. O dispositivo tem dimensões semelhantes, mas um bocado mais largo comparando ao P10 clássico, e a Huawei usou vidro não só para a parte da frente toda como a parte traseira.
Rapidamente me apercebi de duas coisas ao pegar nele, que é um íman de dedadas e que escorrega muito facilmente, principalmente se o pousarmos em superfícies com a mais mínima das inclinações.
De resto, mais diferenças para os seus irmãos passam pela posição do sensor de impressões digitais, que passa para a parte de trás – o que nos dificulta o uso do telefone sem o segurar quando está pousado numa mesa. E as câmaras não sei Leica, estando isso reservado para os flagships da companhia.
Na parte inferior temos a ligação micro-USB, ainda muito vista nesta gama onde pouco a pouco começa a surgir em alguns modelos, e uma coluna stereo, mais uma vez nesta posição infeliz. E também não gostei de não ver o jack 3.5mm aqui na base, pois decidiram colocar esta entrada na parte superior.
Mas vejamos então como foi a minha experiência com ele por estes dias!
Huawei P10 Lite | |
Ecrã | 5,2″ LTPS IPS LCD |
Dimensões | 146.5 x 72 x 7.2 mm |
Peso | 146 g |
Sistema | Android 7.0, EMUI 5 |
Chipset | HiSilicon Kirin 658 |
RAM | 4 GB |
ROM | 32 GB |
Câmara principal | 12 MP, f/2.2, phase detection autofocus, LED flash |
Câmara frontal | 8 MP, autofocus, f/2.0, 1080p |
Bateria | 3000 mAh Li-PO não removível |
Preço |
260/320 € – na AMAZON ES |
Cores | Pearl White, Graphite Black, Platinum Gold, Sapphire Blue |
Huawei P10 Lite no dia-a-dia
Da minha experiência com o Huawei P10 Lite nos últimos dias, tenho de falar de algumas dificuldades que tive com ele, do sistema ao ecrã.
A qualidade do ecrã, com um painel LTPS (Low Temperature Poly-silicon), é relativamente boa em termos de cores. Mas este não me pareceu estar bem calibrado em termos de brilhos.
Apesar de conseguir um brilho muito forte, bom para o exterior, a sua capacidade de adaptação não só é lenta como nem sempre é confortável. Um extra, é que podemos escolher uma iluminação mais ou menos quente nas opções dele.
O Huawei P10 Lite incorpora um processador da casa, o Kirin 658 que demonstra alguma falta de capacidade em multitarefas.
Este está aliado a 4 GB de memória RAM, e esta anda em torno dos 2,4 GB de uso constantemente – no caso dos irmãos P10 o uso da RAM anda em torno dos 1,9 / 2,1 GB.
Notei alguma lentidão quando mantinha aplicações em fundo
Com o Spotify ligado, o browser e janelas de chat, por vezes o dispositivo bloqueava sem dar nenhuma resposta, independentemente dos botões premisse.
Já a jogar, apesar de até ao momento o forte dos processadores Kirin não ser a parte gráfica, porta-se bem. Por exemplo com o Asphalt Nitro, que vem instalado de raiz, o jogo roda com muita fluidez, mas notamos rapidamente o aquecimento do dispositivo.
Os resultados no AnTuTu podem ajudar a explicar a capacidade do processador
Algo com que me senti muito bem a usar foi o sensor de impressões digitais, um campo em que a Huawei tem sido perita e um exemplo.
A resposta é muito rápida, ainda que pessoalmente preferia ter este à frente hoje em dia, a localização é bem pensada, sendo ideal para quando o temos na mão.
Quanto às fotografias, aqui é onde a Huawei podia realmente destacar-se e conquistar a gama média se conseguisse de alguma forma trazer o cunho da Leica do seus flagships.
A câmara principal, com 12 MP e f/2.2 é boa para esta categoria, mas a Huawei já provou ter know how para fazer melhor. Sabendo o que a Huawei é capaz de fazer neste campo, seja nos seus dispositivos principais ou nos Honor.
Talvez a Huawei pudesse introduzir câmaras duplas atrás?
Fotos à noite à parte, a câmara porta-se bem para a gama em que se insere. A sua focagem adapta-se bem aos objectos, mas em modo automático as cores podem sofrer um bocado de saturação. Quanto à câmara frontal, com 8 MP, faz o serviço para a selfie do dia.
Podem ver neste álbum todas as fotos com o P10 Lite!
Em termos de bateria o Huawei P10 Lite conta com uma capacidade de 3.000 mAh, que até surpreendem, se calhar muito graças ao EMUI 5 e Android 7.
Com o meu uso mediano, que conta geralmente com cerca de 2h de video/música, mensagens através de diferentes aplicações, com dados ligados o dia todo, chamadas e browsing. Neste uso, o dispositivo chegou sempre ao final do dia com a bateria entre os 25 e 30%.
Na hora de carregar, não temos o melhor carregamento rápido do USB 3.0 com Type-C, mas ainda assim faz bem o serviço. Pelo menos quando usamos o carregador de origem, um carregador de 18w (9v/2a), outros carregadores irão demorar mais, e aquecer mais.
Em suma…
O Huawei P10 Lite é uma opção sólida para a gama média
Com pouco em comum com os irmãos, o Huawei P10 Lite é uma opção sólida para quem tem um orçamento em torno dos 300€, em lojas nacionais, e quer fugir às compras internacionais pelas lojas chinesas.
Ou a 264€ na Amazon aqui ao lado!
O maior ponto negativo é mesmo a facilidade com que desliza na maior parte das superfícies, e o processador que pode ser lento por vezes.
A verdade é que a gama média é seguramente o segmento mais difícil onde ganhar destaque, com competição feroz principalmente de marcas como Xiaomi e Meizu, e até a própria Honor.
A Huawei conseguiria marcar a diferença se conseguisse introduzir a parceria com a Leica neste segmento, pois a qualidade da câmara é um dos principais pontos de venda, mas isso parece estar reservado para a gama principal.