Atualmente, os avanços tecnológicos acontecem a uma frequência alucinante, muito diferente do que se viveu no passado e, felizmente, esta é uma tendência que está a acontecer em todos os sectores, desde a saúde, até ao desporto, onde um simples chip dentro das bolas de futebol do mundial do Qatar, irá permitir detetar com eficácia as situações de fora de jogo.
Um dos sectores mais inovadores das últimas décadas é o do gaming, onde as necessidades do mercado fazem com que os fabricantes e desenvolvedores tenham de estar em constante inovação, criando soluções para as limitações atuais, e produzindo cada vez mais e melhor hardware/software para atrair novos clientes.
Curiosamente, além do avanço tecnológico que se tem feito notar nos últimos anos, temos observado uma grande transformação da indústria, especialmente com a crescente popularidade dos eSports (desportos eletrónicos), que movem milhões, tornando-se num fenômeno similar aos desportos tradicionais. Além disso, com o evoluir do hardware e a sua massificação, os fabricantes e desenvolvedores começaram também a perceber o quão interessante podem ser as plataformas móveis, passando a focar grande parte do tempo e investimento em produtos para estas miniplataformas que todos nós transportamos no bolso.
Estúdios focam-se cada vez mais no sector mobile
O mercado mobile é cada vez mais um mercado apetecível para os desenvolvedores de vídeo jogos, e exemplo disso é a mais recente aquisição da Sony, ao comprar a Savage gaming Studios, com o objetivo de se expandir para o mercado dos jogos mobile.
A razão para todo este interesse é simples: o mundo tem vindo a mudar, e atualmente é quase impossível encontrar uma pessoa que não tenha um smartphone ou um tablet consigo, tornando o publico mobile um dos mais vastos e fáceis de alcançar. Além disso, devido ao grande alcance dos dispositivos mobile, em conjunto com os conceitos de live service, e jogos que à partida seriam gratuitos, as micro transações têm sido cada vez mais uma enorme fonte de receita para os maiores títulos existentes, tornando este negócio ainda mais apetecível.
Ao mesmo tempo, o facto de este ser um mercado em grande crescimento, faz com que a indústria tenha de inovar cada vez mais, sendo cada vez mais frequente vermos dispositivos com capacidades de armazenamento maiores, processadores e transmissões de dados mais rápidas, ecrãs com altas taxas de atualização, entre outras características importantes para quem quer usar um smartphone como plataforma de gaming. Não há dúvidas que o mobile tem um grande peso no futuro do gaming.
Plataformas com tecnologia Cloud deverão resolver vários problemas
Conforme referimos no início do artigo, um facto do mundo tecnológico, é que cada invenção tem como objetivo colmatar falhas ou limitações existentes até então. Um bom exemplo no mercado gaming, é a tecnologia de Cloud gaming, tecnologia sobre a qual já se ouve falar à vários anos, mas que só nos últimos começou a ganhar mais tração, com o investimento por parte de grandes nomes como a Sony, Microsoft, ou até mesmo a Google, como seu projeto Stadia.
Na verdade, esta é uma tecnologia com um potencial gigantesco, e que certamente será cada vez mais explorada, especialmente pelos produtores de consolas, uma vez que com o aumento das velocidades medias do acesso internet ao nível global, torna-se muito mais fácil oferecer este tipo de serviços na globalidade. Além disso, este tipo de serviços permite às desenvolvedoras aumentar largamente a sua carteira de clientes, uma vez que deixam de necessitar comprar uma consola ou hardware específico, e passam a poder usar qualquer dispositivo, seja ele móvel ou não, para jogar.
No fundo, é possível que no futuro deixemos de nos entusiasmar com novos lançamentos de hardware, e passemos a focar-nos apenas no software, e na experiência que os desenvolvedores têm para nos oferecer. Isto melhorará drasticamente a nossa experiência final, pois passaremos a poder executar qualquer jogo da forma que foi idealizado, em qualquer dispositivo, e aumentará os lucros das grandes tecnológicas, com o recurso a subscrições para a suas plataformas de streaming.
A massificação da realidade virtual e o seu potencial no gaming e não só
Um outro exemplo dos avanços alcançados, em parte, por causa do setor gaming, é o começo da “massificação” dos headsets de realidade virtual, que cada vez mais são procurados pelo publico gamer que procura uma experiência mais imersiva e diferente da tradicional.
A tecnologia já existe há muitos anos, mas foram nestes últimos que tem ganho cada vez mais popularidade, sendo que já se pode afirmar que está a revolucionar a indústria do vídeo jogos. Se há uns anos este era um mercado de nicho, devido aos preços proibitivos, hoje começa a ser um mercado cada vez mais acessível, e isto porque algumas tecnológicas começaram a perceber o potencial da tecnologia, e os lucros que podem vir a produzir se a explorarem corretamente.
Exemplo disto é o Facebook, que no final do ano passado mudou o seu nome para “Meta” (referencia ao Metaverso), informando que o futuro da empresa passa por focar-se em criar experiências de realidade virtual únicas. Curiosamente, é também esta a empresa que está a introduzir milhões de pessoas ao universo VR, ao lançar para o mercado múltiplos headsets VR, entre eles os Quest 2, que têm umas características e preço bastante competitivo no mercado atual.
Mas o potencial desta tecnologia não se fica só pelo gaming, na verdade, graças aos avanços dos últimos anos, outras áreas estão também a sair amplamente beneficiadas, como a saúde, onde já se começa a realizar tratamentos de exposição com recurso a headsets VR para, por exemplo, ajudar a curar fobias, expondo os pacientes num espaço seguro e com constante acompanhamento dos profissionais de saúde.
A relação do blockchain com o gaming
Por último, mas não menos importante, a tecnologia blockchain veio abrir portas a um novo mercado: NFTs, que podem vir a revolucionar a forma como os jogadores encaram os jogos e os itens virtuais dentro destes.
É cada vez mais comum ouvirmos falar de empresas a adotar esta tecnologia, pois acaba por ser benéfica tanto para os desenvolvedores, como para os seus clientes. Para os desenvolvedores, é mais uma forma de gerar lucros com os seus produtos, enquanto para os jogadores, é uma forma de poderem adquirir conteúdo virtual, garantido que esse conteúdo é efetivamente seu, como se de uma propriedade se tratasse, e permitindo que mais tarde possa ser novamente vendido e convertido em dinheiro.
Este é um conceito que se for bem explorado, não só irá permitir criar economias virtuais dentro dos próprios jogos, como acrescentará valor e interesse aos itens e recursos dentro dos jogos, ajudando os desenvolvedores a aumentar os seus lucros.