Review Dying Light 2: Bloody Ties DLC – Luta de gladiadores

Dying Light 2 foi um jogo, que na minha opinião, melhorou em praticamente todos os aspetos em relação ao primeiro jogo. O parkour foi expandido, o combate foi ligeiramente melhorado e continuou bastante visceral, e a história oferecia ao jogador um maior poder de decisão que afetava a forma como o mundo de jogo reagia.

Dying Light teve alguns DLCs gratuitos mas o seu principal pacote de expansão pago, The Following, introduziu um enorme novo mapa para explorar, um veículo que podíamos conduzir e várias novidades como as tocas dos infetados que podíamos explorar e que foram adaptadas para serem as Dark Zones em Dying Light 2.

Dying Light 2: Bloody Ties não é um DLC com o tamanho de The Following, mas isso não significa que seja mau. Além disso, The Following saiu com um preço de 30€ e Bloody Ties custa 10€, portanto não são propriamente comparáveis e ainda é possível que seja lançada uma expansão maior durante o tempo de vida de Dying Light 2.

Se há coisa que a Techland fez muito bem, foi o suporte ao Dying Light original e acredito que aconteça o mesmo neste segundo jogo.

Bloody Ties é, no fundo, mais Dying Light 2 por isso, se gostaram da sequela provavelmente vão querer agarrar este novo DLC.

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Dying Light 2: Bloody Ties introduz uma nova área, o Carnage Hall. Este antigo teatro foi convertido numa arena de gladiadores na qual os sobreviventes da pandemia que arrasou o mundo vêm morrer de forma estúpida na tentativa de obter dinheiro e fama.

O grosso do DLC são as provas no Carnage Hall. Elas dividem-se essencialmente em 4 categorias, com 3 níveis de dificuldade.

Cada prova, apesar de pertencer à mesma categoria, acaba por ser bastante diferente das demais uma vez que existe um tema diferente em cada uma. Por exemplo, uma das provas coloca-nos na pelo de Robin Hood e o objetivo é roubar um tesouro. Para tal, temos de cumprir certos objetivos como ativar manivelas para abrir um caminho, colocar o tesouro num carrinho e depois escoltá-lo até ao destino.

Na prova seguinte, temos de construir a torre de Babel trazendo certos objetos para um local central, que geralmente estão protegidos por vários infetados ou humanos.

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As categorias são Spectacle, que já mencionei antes; Rush, no qual têm de passar por um certo número de checkpoints antes do tempo acabar e em arenas que vão ficando cada vez mais complexas; Carnage, no qual têm de eliminar os inimigos marcados antes do fim do tempo e Freak Fight no qual têm de vencer um infetado cada vez mais poderoso dentro do limite de tempo.

Uma das coisas que não gostei muito, foi o limite de tempo em cada prova na primeira vez que as terminam. No modo Rush até faz sentido visto que se trata de uma espécie de corrida. Todos os outros não precisam da pressão adicional do tempo.

Cada prova conta com um número enorme de infetados de várias categorias que introduzem um obstáculo adicional e maior pressão que é multiplicada pela imagem do cronómetro a descer. Nas provas da dificuldade maior, isto torna-se incrivelmente aborrecido, pois o jogo coloca vários inimigos pesados na arena que ao mínimo toque vos atiram ao chão e têm de passar o tempo a ver a animação de levantar, que por sinal é bastante lenta.

Outra coisa que não gostei, foi nas provas de Spectacle, a maioria dos objetivos que vos permitem progredir na arena são uma espécie de botijas de gás que não vos deixam andar rápido. Num jogo com tantos inimigos em que a mobilidade é uma das vossas melhores armas, é bastante mau que um dos objetivos vos remova completamente esta componente.

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Existe um easter egg numa das arenas que permite que obtenham a Kovek Machete v3. Se jogaram o primeiro jogo, sabem que a Kovek Machete era uma das melhores armas do jogo, cara de construir mas possuía enorme durabilidade e causava bastante dano. Neste jogo, a arma não dá dano nenhum, sendo completamente inútil e nada mais que um item de coleção. Confesso que fiquei bastante desiludido com isto.

Um dos elementos de dificuldade destas arenas, é o facto de não poderem usar o vosso equipamento habitual. Em cada nível começam com algumas armas e itens e podem encontrar mais espalhadas pela arena. Além disso, os inimigos escalam com o vosso nível de personagem, o que torna cada arena bastante desafiante e faz com que mesmo aqueles que já completaram o New Game + e possuem imensas armas lendárias, possam apreciar este DLC sem o atropelarem completamente.

Pai e filho

A história de Dying Light 2: Bloody Ties segue Ciro e o seu pai Ogar. Ogar era o antigo campeão do Carnage Hall, mas certos acontecimentos fizeram com que perdesse o irmão de Ciro. Na sua tentativa de evitar que o outro filho tivesse o mesmo destino, Ogar acaba por atirar de forma involuntária Ciro para o inferno do Carnage Hall.

Ciro é o típico personagem que se acha bastante melhor do que realmente é. O seu objetivo é entrar no Carnage Hall e vingar a morte do seu irmão alegadamente às mãos de Skullface, o atual campeão.

A pedido de Ogar, temos o objetivo de subir no ranking da arena para que possamos ser nós a defrontar Skullface e evitar que Ciro tenha o mesmo destino do seu irmão. Infelizmente, nunca nada acontece como planeado e Ciro acaba capturado pelas forças que comandam o Carnage Hall e temos de ser nós a libertá-lo.

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Ao longo da história, vamos fazendo também missões para os personagens que comandam a arena: Astrid e Severus. Astrid é a organizadora e líder do Carnage Hall e na sua tentativa de tornar Skullface numa máquina imparável, acabou por criar um monstro incontrolável, com um segredo aterrorizante.

Severus é o nosso agente e o personagem com quem falamos quando queremos começar uma nova arena. As suas missões secundárias envolvem desmantelar esquemas do submundo que ocorrem ao redor do Carnage Hall. Ogar também nos oferece algumas missões secundárias que geralmente envolvem descobrir formas de ajudar Ciro.

A história em si não é propriamente espetacular. Um dos maiores pontos positivos de Dying Light 2 foi a melhoria na escrita e diferentes rotas que podemos escolher. Bloody Ties é uma espécie de retrocesso nesse aspeto e parece que os personagens são incrivelmente genéricos e as poucas vezes que podemos ter uma escolha na história, a nossa decisão parece que leva sempre ao mesmo destino e em nada influencia o mundo de jogo.

Recompensas interessantes… Se não têm jogado.

Dying Light 2 tem recebido vários eventos desde o seu lançamento. Pessoalmente, não jogava o jogo desde que fiz a análise então acabei por perder alguns deles, enquanto outros que não são limitados estão ainda disponíveis.

Cada vitória no Carnage Hall oferece-vos moedas e materiais que podem usar para comprar packs de armas das arenas, cosméticos e equipamentos num vendedor do DLC. Os packs de armas vão desbloqueando à medida que sobem o vosso rank e oferecem-vos uma arma aleatória dessa arena.

Se têm jogado regularmente, provavelmente já têm várias armas de nível alto o que torna estas armas do DLC menos interessantes para vocês, talvez sirvam mais para artigo de coleção. Para o resto dos jogadores, é uma boa forma de obterem armas no vosso nível capazes de causar bom dano, especialmente se ainda tiverem várias missões secundárias e objetivos para desbloquear no mapa principal do jogo.

Conclusões

Dying Light 2: Bloody Ties, para um DLC de 10€ até oferece bastante. Demorei cerca de 10 horas a terminar todas as arenas e a história e o endgame é basicamente vencer as arenas no mínimo tempo possível e obter medalha de ouro em todas.

As arenas novas são desafiantes e têm tanto de divertido como de frustrante, pelo que terão de se esforçar para otimizar o vosso tempo ao máximo.

A história não achei muito interessante, serve mais como um pilar para justificar a existência do Carnage Hall e falta-lhe muitos dos elementos que tornaram a história de Dying Light 2 boa.

Ainda assim, é um DLC que recomendo pelo baixo preço e porque qualquer desculpa para voltar a jogar Dying Light 2 é uma boa desculpa.

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