PS4 e o novo Hack: Que implicações terá nos jogadores?

Quando a PS4 e a Xbox One foram anunciadas, muitos ficaram curiosos sobre as capacidades do novo hardware. Mais tarde, soubemos que a Microsoft iria manter a sua consola com uma arquitectura parecida a um computador usual, focado em jogos, tal como tinha sido com a Xbox 360 e, a Sony iria finalmente adoptar também este tipo de arquitectura, deixando de lado o complicado processador Cell que deu tantos problemas na geração anterior.

O facto de terem uma arquitectura parecida à de um computador, torna muito mais fácil aos developers acederem às funcionalidades da consola, especialmente a um nível mais baixo da arquitectura e, assim, conseguirem usar melhor os recursos existentes, o que levaria a uma melhor performance sem comprometer tanto a qualidade gráfica.

No entanto, também facilita muito o trabalho dos hackers, que estão constantemente a explorar as consolas em busca de falhas de segurança e, contrariamente ao que muitos pensam, não é necessariamente uma coisa má. É por isso que devemos primeiro ver o que foi descoberto no novo hack da PS4, desenvolvido pelo grupo FailOverflow, conhecidos por também terem desbloqueado a complexa arquitectura da PS3, assim como a WiiU. Vamos então ver o que foi feito para conseguirem desbloquear a consola, tão cedo no seu tempo de vida.

Apesar de ter uma arquitectura bastante próxima à de um computador, existem obviamente muitas diferenças, nomeadamente ao nível do sistema operativo, que tem processos optimizados para jogos. Assim, nada melhor que utilizar um Sistema Operativo fácil de manipular como o Linux, cujo Kernel é facilmente alterado por alguém que saiba o que está a fazer.

Foram precisas mais de 7000 modificações para conseguir colocar o Linux a correr na PS4, e o resultado foi bastante agradável. Segundo o grupo, o Linux assenta que nem uma luva na consola e com as devidas drivers, seria possível até colocar o SteamOS na consola, visto que também é baseado neste SO.

Apesar da falha de segurança descoberta, foi possível conhecer melhor o funcionamento da consola a um nível mais baixo. Primeiro soubemos que o processador gráfico integrado no CPU da consola não tinha um nome de código, algo que é pouco usual. Soubemos também que a Southbridge, normalmente responsável pela comunicação entre diversos barramentos como o PCI ou a placa de som, tinha sido alterado, dando a entender que os engenheiros tentaram criar uma versão própria do protocolo de comunicação.

A descoberta mais curiosa foi ao nível do sistema de armazenamento. Apesar de ter uma interface do tipo SATA, a comunicação entre a consola e o disco rígido é feito através de USB. Isto pode explicar os longos tempos de instalação dos jogos, visto que USB2 ou até mesmo USB3 possuem uma taxa de transferência de dados muito menor que a do SATA. Também explica porque não se vêem as mesmas melhorias nos tempos de carregamento, que seriam vistas num PC, quando trocamos o disco instalado por defeito por um SSD ou HDD híbrido.

Por enquanto, o grupo decidiu não colocar cá fora o código integral que usou, afirmando que a segurança da consola é tão baixa que qualquer pessoa pode fazê-lo. Também já foi confirmado que a principal porta de entrada é o navegador de Internet da consola, que já tinha por várias vezes sido referenciado por diversos grupos de hackers, que tentaram a sua chance anteriormente. Neste momento, o SO personalizado funciona praticamente a 100% e até corre um emulador de Gameboy Advance com o jogo Pokémon de forma fluída. Mas que implicações tem este hack para os jogadores?

A resposta é: absolutamente nada (pelo menos por enquanto). De facto, este hack foi importante para ficarmos a perceber melhor o funcionamento da consola e as decisões da Sony aquando da sua construção. Foi também importante para perceber que a segurança da consola não é a melhor, o que levará os engenheiros a desenvolverem uma solução que a torne mais segura. A pirataria também não é um problema neste momento, visto que o SO ainda nem som por HDMI consegue processar. No entanto as suas semelhanças com um sistema de PC, fazem com que seja possível correr jogos desde indies até AAA numa questão de meses em vez de anos. 

Resta agora saber qual será a resposta da Sony a esta intrusão, possivelmente um update de firmware que melhore a segurança do navegador, fechando assim a principal porta de entrada aos hackers. Estaremos curiosos em relação ao desenvolvimento deste hack e quem sabe isto permita que um emulador da consola consiga ser feito para PC ainda antes do da PS3. Isso sem dúvida deixaria muitas pessoas contentes. Até lá continuem a divertir-se com a vossa PS4, sabendo que a Sony estará a trabalhar arduamente para a tornar cada vez mais segura.

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